Relatório de investigação quer apurar se a contratação da extremista e da esposa do blogueiro seria uma forma de "distribuir fundos" à suposta organização que instiga atos antidemocráticos
Agência Estado e Correio do Povo
A Polícia Federal quer aprofundar as ligações entre a extremista Sara Giromini , o blogueiro Oswaldo Eustáquio e o ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandando por Damares Alves . O objetivo é apurar se a contratação da extremista e da esposa de Eustáquio seria uma forma de ‘distribuir fundos’ à suposta organização que instiga atos antidemocráticos.
A PF aponta que ‘há vínculos, ainda não totalmente esclarecidos’ sobre a contratação de Sara Giromini no ministério de Damares. Até outubro do ano passado, a extremista ocupou cargo na Coordenação-Geral da Atenção Integral à Gestante no Departamento de Promoção da Dignidade da Mulher.
Caso semelhante é analisado pela PF envolvendo Oswaldo Eustáquio. A esposa e sócia do blogueiro, Sandra Mara Volf Pedro Eustáqui, tem cargo na Secretaria Nacional de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, no mesmo ministério.
“A natureza e a origem desses vínculos e as relações entre essas pessoas e agentes públicos com atuação nessa pasta merece aprofundamento, para corroborar ou eliminar a asserção feita no corpo da hipótese criminal de que tais contratações seriam também uma forma de distribuir fundos aos propagadores/operadores”, apontou a Polícia Federal.
Também foi listado o vínculo do engenheiro eletricista Renan da Silva Sena com a pasta de Damares. Em maio, ele foi um dos líderes da manifestação que pedia a destituição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e a expulsão dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Sena foi flagrado agredindo uma enfermeira que participava de um ato pacífico a favor do isolamento social.
Sena teria sido contratado como terceirizado do Ministério da Mulher. A pasta alegou, à época, que solicitou à empresa terceirizada a demissão do engenheiro.
Financiamento
O objetivo da PF é aprofundar as investigações que miram suposto financiamento de atos antidemocráticos. O caso está sob sigilo no Supremo Tribunal Federal, e é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
As investigações já fecharam o cerco contra youtubers, blogueiros e deputados bolsonaristas. O relatório parcial da PF sobre o caso, elaborado em julho, aponta que uma das linhas de investigação vai mirar se o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) direcionou verbas de publicidade para financiar páginas na internet dedicadas a promover manifestações contra a democracia.
As investigações já fecharam o cerco contra youtubers, blogueiros e deputados bolsonaristas. O relatório parcial da PF sobre o caso, elaborado em julho, aponta que uma das linhas de investigação vai mirar se o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) direcionou verbas de publicidade para financiar páginas na internet dedicadas a promover manifestações contra a democracia.
A relação do grupo com o governo chegou às autoridades através da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que repassou informações de que a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) anunciou campanhas em sites e páginas ligadas aos investigados .
A delegada Denisse Dias Ribeiro afirma no relatório que o objetivo da investigação é saber se o governo federal agiu deliberadamente, com base em critérios ideológicos, ou por omissão no financiamento dessas páginas.
“A investigação tem o objetivo de checar se essa ocorrência se deu por culpa ou por ação ou omissão deliberada de permitir a adesão da publicidade do governo federal, e a consequente monetização, ao conteúdo propagado. Outro ponto a ser elucidado (e que complementarão a análise do material já em curso) é se essa conduta ocorreu por vínculos pessoais/ideológicos entre agentes públicos e os produtores de conteúdo ou mesmo por articulação entre ambos”, escreveu a delegada.
O que diz a pasta
Procurado, o Ministério afirmou que a ex-servidora Sara Giromini e o ex-funcionário terceirizado Renan Sena, quando indiciados, não pertenciam mais ao quadro funcional do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Declarou, ainda, que "todos os membros deste Ministério estão tranquilos para prestar qualquer informação que se fizer necessária para que os fatos sejam elucidados".
Foram procurados Sara Giromini, Oswaldo Eustáquio e Renan da Silva Sena. Nenhum deles foi localizado.
Agência Estado e Correio do Povo
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