terça-feira, 15 de setembro de 2020

Índice de leitura diminui 4% no país

Retratos da Leitura será divulgada hoje, mostrando 4,6 milhões de leitores a menos em relação a 2015

Exceção da pesquisa foram as crianças na faixa de 5 a 10 anos. Houve acréscimo de 4% na proporção de leitores

Nesta segunda, às 19h, o Instituto Pró Livro e o Itaú Cultural lançam os resultados da quinta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. O levantamento sobre os hábitos de leitura no país constatou uma diminuição de cerca de 4,6 milhões de leitores, entre 2015 e 2019. A apresentação será nas redes do Itaú Cultural itaucultural.org.brfacebook.com/itaucultural e youtube.com/itaucultural, pelo presidente do Instituto Pró Livro, Angelo Xavier, pela coordenadora da pesquisa Zoara Failla, pelo diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, e pela diretora de contas do Ibope Inteligência, Rosi Rosendo.
Desde 2017, o estudo é feito a cada quatro anos pelo IPL, que, em 2019, também lançou Retratos da Leitura – Bibliotecas Escolares, para identificar o impacto das bibliotecas na aprendizagem dos alunos. Nesta edição da Retratos da Leitura no Brasil, o número de entrevistas foi ampliado de cinco mil para 8.076 entrevistas, em 208 municípios, sendo 5.874 nas capitais de 26 estados. Conforme Zoara, esta edição dedicou um módulo específico aos hábitos de leitura de literatura dos leitores brasileiros, com mais dados sobre os fatores e influências no interesse por literatura, autores preferidos e formatos e/ou dispositivos escolhidos.
A coleta de dados foi encomendada ao Ibope Inteligência, por meio de entrevistas domiciliares 28 de outubro de 2019 a 13 de janeiro de 2020. Rosi Rosendo lembra que pelo padrão adotado, é considerado leitor a pessoa que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos três meses anteriores à entrevista e não leitor quem não leu nenhum livro nos 12 meses anteriores à entrevista.
A coordenadora da pesquisa lembrou que houve uma diminuição de 56% para 52% dos leitores em relação à população brasileira, no comparativo com a pesquisa de 2015, publicada em 2016. “São 100,1 milhões de pessoas leitoras, uma diminuição de 4,6 milhões de leitores em relação à edição anterior. Na faixa entre 5e10 anos, houve um acréscimo de 4% na proporção de leitores”, lembra Zoara. As principais reduções ocorreram entre adolescentes de 14 a 17 anos e jovens de 18 a 24 anos e entre indivíduos com nível de escolaridade médio e superior.
Apesar dessa redução no percentual de leitores, a média de livros lidos em três meses se manteve estável – passou de 2,54 em 2015 para 2,60 em 2019. O brasileiro leu 1,05 livro por inteiro, contra 1,06 em 2015, enquanto os livros lidos em parte foram em média 1,55 em 2019 contra 1,47 em 2015.
Nos três meses anteriores à coleta de dados, 52 milhões de pessoas compraram algum livro, em papel ou em formato digital. Dos que costumam comprar livros, 35% utilizaram livrarias físicas, 14% compraram em bancas de jornal e revista, 12% fizeram aquisições on-line e 9% procuraram sebos. “O que a pesquisa nos mostra é que o quadro é dramático pela falta de políticas públicas para o livro, de incentivar os mediadores – professores, bibliotecários e contadores de histórias, pois as crianças de 5 a 10 anos estão lendo mais, incentivadas pelas mães e professoras”, afirma o vice-presidente do Pró Livro, Marcos Pereira. “O letramento tem influência da escola. Precisamos pensar uma política de livros e bibliotecas desde as escolas públicas de educação infantil”, finaliza Zoara.

Correio do Povo

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