segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Fecomércio-RS projeta retração no volume de vendas de presentes do dia das crianças

Redução no emprego e na renda em função da crise do coronavírus devem afetar hábitos de compra e reduzir orçamento dos consumidores para a data na comparação com o ano passado
 O dia das crianças deve gerar um movimento menor de vendas no varejo gaúcho na comparação com o ano passado, projeta a Fecomércio-RS. A crise do coronavírus deve afetar o volume de vendas, valores gastos por presente, local e data da compra. O lojista deve estar preparado para atender um cliente com um perfil de consumo cauteloso e disposto a pagar menos por presente em relação a 2019, antecipa a entidade. 
 A retração relacionada ao ano anterior seria uma combinação dos efeitos da crise econômica e da base de comparação elevada para análise, já que outubro de 2019 registrou crescimento de 14,7% nas vendas nominais de brinquedos e itens recreativos, segundo dados das NFC-e, face a 2018. No acumulado de janeiro a agosto de 2020, as vendas do segmento caíram 28%, fortemente influenciadas pelo longo período de fechamento do varejo considerado não essencial.
O desemprego e a redução da renda representam o principal fator para a projeção de queda: 131 mil postos de trabalho formais foram fechados no Rio Grande do Sul entre março e julho. Dados da Pnad Contínua Trimestral indicam uma saída de mais de 400 mil pessoas da força de trabalho. Diante deste cenário, nem mesmo a redução do preço dos brinquedos (-3,51% no acumulado em 12 meses na Região Metropolitana de Porto Alegre) ou o valor atrativo do vestuário, item que subiu menos que outros produtos, são capazes de reverter os efeitos negativos.
As vendas são impactadas ainda pela redução no número de crianças no estado. Em 2010, havia 2,33 milhões de pessoas nessa faixa de idade no RS, número que foi reduzido para 2,08 milhões, em 2019, segundo o IBGE. A queda de 10,58% tende a diminuir o número de presentes na data e poderia estimular o aumento do ticket médio dos consumidores, tendência observada em anos anteriores, mas que não deve se repetir devido ao atual cenário econômico. 
Embora o maior movimento sempre aconteça nos dias que antecedem imediatamente a data, excepcionalmente em 2020 uma parcela das compras pode ser antecipada, com famílias buscando evitar aglomerações ou optando comprar pela Internet.
Marina Goulart
Moglia Comunicação Empresarial
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