Informação foi confirmada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 31
As contas do setor público consolidado, que englobam o governo federal, os Estados, municípios e estatais, registraram rombo de R$ 81,071 bilhões em julho, informou o Banco Central nesta segunda, 31.
Essa conta não inclui os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública. O déficit ocorre quando as receitas de impostos e contribuições do governo são menores do que as despesas.
De acordo com a série histórica do BC, que teve início em dezembro de 2001, esse também foi o pior resultado para este mês, ou seja, foi o pior mês de julho em 19 anos. Em julho de 2019, o déficit fiscal foi de R$ 2,763 bilhões.
O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas extraordinárias autorizado para combater a pandemia do novo coronavírus e à queda na arrecadação diante do tombo na atividade econômica e do adiamento no prazo de pagamento de impostos.
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, as contas do setor público apresentaram déficit primário (receitas maiores do que despesas, sem contar juros da dívida) de R$ 483,773 bilhões - o que também foi o pior resultado da série histórica para esse período.
Para este ano, havia uma meta de déficit para o setor público de até R$ 118,9 bilhões. Entretanto, com o decreto de calamidade pública, proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso Nacional por conta da pandemia, não será mais necessário atingir esse valor.
Em todo 2019, as contas do setor público tiveram um déficit primário de R$ 61,87 bilhões, ou 0,85% do PIB. Foi o sexto seguido com as contas no vermelho.
Dívida
Na esteira do aumento dos gastos dos governos para fazer frente à pandemia do novo coronavírus, a dívida pública acelerou em julho. A Dívida Bruta do Governo Geral fechou julho aos R$ 6,210 trilhões, o que representa 86,5% do PIB. O porcentual é maior que os 85,5% de junho. No melhor momento da série, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.
Com o aumento de despesas públicas em função da pandemia do novo coronavírus, a expectativa é de que a dívida bruta continue a subir nos próximos meses no Brasil. Este é um dos principais fatores de preocupação dos economistas do mercado financeiro.
A Dívida Bruta do Governo Geral - que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o BC e as estatais - é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.
Agência Estado e Correio do Povo
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