quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Estado projeta arrecadar R$ 730 milhões com mudanças no IPVA

Governo encaminhou resumo dos impactos de projetos que estão em tramitação na Assembleia Legislativa

Entrega do resumo das medidas previstas na Reforma Tributária ocorreu na tarde desta terça-feira na Assembleia Legislativa

Com o objetivo de amenizar as resistências, especialmente de aliados, aos projetos que integram a Reforma Tributária do Estado, o governo encaminhou, na tarde desta terça-feira, um resumo com as projeções de redução das alíquotas e dos ganhos com as medidas previstas para aumentar a arrecadação. A proposta, enviada neste mês, busca compensar a queda na arrecadação prevista a partir de 2021 com o fim da majoração das alíquotas de ICMS. 
Os dados foram solicitados pela Comissão de Finanças e pela Subcomissão da Reforma Tributária. A entrega foi feita ao presidente em exercício da Assembleia, deputado Zé Nunes, pelo líder do governo, Frederico Antunes, o subsecretário da Receita Federal do RS, Ricardo Neves Pereira, e o Chefe adjunto da Casa Civil, Bruno Pinto de Freitas.
No mesmo documento, é explicitado o impacto sobre as mudanças previstas na cobrança do IPVA. São basicamente duas frentes. A primeira é o aumento da alíquota geral dos veículos de 3% para 3,5%. Esse movimento irá gerar um acréscimo de R$ 526 milhões na arrecadação. Além disso, as alterações nos critérios de descontos e isenções vão representar um aumento de mais de R$ 200 milhões. Um dos projetos redução o período de isenção, que atualmente vale para os veículos com mais de 20 anos e passaria para 40 anos. Totalizando as duas ações, o governo projeta aumento de R$ 730 milhões na arrecadação. 
Em uma das tabelas, que apresenta um resumo, é possível ver que, apenas, a queda na arrecadação com o fim da majoração está prevista em R$ 2,8 bilhões. Nesse caso, envolvem a redução das alíquotas de 30% para 25% da energia elétrica, telecomunicações e combustíveis; além da redução da alíquota geral de 18% para 17%. Desses segmentos, o maior impacto financeiro na arrecadação é o de combustível, que representará uma queda de mais de R$ 1 bilhão no próximo ano. As demais perdas com reduções das alíquotas, como a redução da carga do ICMS para 12% nas operações entre empresas, a queda é de R$ 345 milhões já em 2021. Como há medidas escalonadas, a projeção é que em 2023, a queda na arrecadação seja de R$ 860 milhões.  
Ao mesmo tempo, somadas as medidas que projetam aumento de ICMS, o total chega a R$ 1,4 bilhão, já em 2021. Um dos pontos que recebeu crítica é a extinção parcial de reduções de base de cálculo dos itens da Cesta Básica. Atualmente a base é zero. A arrecadação é projetada em R$ 300 milhões em 2021. 
No quadro resumo, o governo mostra que, se todo o pacote do governo for aprovado, as medidas não irão cobrir totalmente a queda da arrecadação prevista com o fim da majoração. 
Com o documento, o relator da Subcomissão da Reforma Tributária, deputado Giuseppe Riesgo (Novo), quer saber se o governo não está superestimando as projeções de perda total de arrecadação com o fim das alíquotas majoradas de ICMS ou se não está subestimando o que será efetivamente aumentado nos impostos. “Essa era uma demanda que vinha sendo abordada de forma constante no colegiado que está analisando a reforma. É muito necessário termos uma transparência efetiva nos dados”, avaliou Riesgo.  

Correio do Povo

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