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sexta-feira, 31 de julho de 2020

Serra aposta em turismo natural e “selo” como garantia na retomada

Considerado um dos últimos da fila na crise da Covid-19, turismo trabalha com opções em ambientes abertos e paisagens naturais para superar a crise, além de promoções e descontos

Região da Serra Gaúcha deve apostar no potencial de ambientes abertos

Entre os 45 destinos mais procurados pelos brasileiros, segundo pesquisa feita entre os meses de maio e junho pela agência de viagem online Booking, Gramado, Canela e Bento Gonçalves aguardam ansiosamente a volta à normalidade para reconquistar clientes com um novo comportamento turístico. Uma das ideias mais debatidas para o momento é apostar grande parte das fichas no turismo natural como principal saída para reaquecer a economia. Privilegiada, a Serra oferece diversos parques ecológicos, trilhas, montanhas e muitas outras opções para o novo turista que não deve dar prioridade para espaços fechados, mas sim para ambientes abertos como forma de prevenção ao coronavírus.
“Haverá uma clara mudança no comportamento do turista que visita a Serra. Nossa leitura, neste momento, é que haverá uma escolha bem mais regional por um bom tempo e isso nos favorece logo na retomada. Destinos que antes poderiam ser plano B de muitas pessoas, agora devem se tornar plano A. O turismo natural é um deles. Sem dúvida, teremos uma demanda muito maior porque a grande maioria das pessoas vai preferir estar conectada com a natureza, ao ar livre”, destaca Thomas Fontana, CEO do G30 Serra, grupo que reúne empresários para fomentar a economia da região. A expectativa é que esta nova onda comece a ser aproveitada a partir do fim deste ano, segundo o Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares e Similares da Região das Hortênsias (Sindtur). O presidente da entidade, Mauro Salles, afirma que muitos empresários estão preparando novos destinos, rotas e possibilidades para o consumidor. “O turista vai procurar espaços abertos, evitando aglomerações, próximo à natureza. E nossa região é muito rica nesse sentido. Estamos desenvolvendo novas rotas de passeios rurais, contato com a colônia, tocando projetos para ciclismo e esportes radicais. Tudo isso vai valorizar muito esse contato com a natureza”, adianta Salles.
Além de contar o meio ambiente como aliado para sair da crise, o setor também trabalha com outras alternativas para espaços fechados. Como a gastronomia e a procura das pessoas por restaurantes é uma das principais fontes de sustento para a economia da região, o plano é criar uma espécie de “selo” que garanta espaços internos seguros. “Temos alguns eixos de ações estratégicas e imediatas. Depois da adoção de todos os protocolos de segurança e higiene para ambientes fechados, estamos desenvolvendo uma espécie de selo de turismo responsável para ser utilizado por restaurantes, bares, hotéis e que vai ajudar a reconquistar a confiança do nosso turista. Queremos que este selo seja certificado pelas autoridades, passando por todo protocolo necessário e proporcionando ambientes mais seguros, livres do vírus”, explica Fontana, que prossegue: “Hoje as pessoas colocam o turismo como uma das últimas coisas que fariam, mas se for perguntar para estas mesmas pessoas o que elas gostariam de fazer quando tudo isso passasse, o turismo aparece como um dos primeiros desejos. Ou seja, quando o turista se sentir seguro novamente, ele vai viajar e passaremos por um ‘boom’. Então, nossa ideia é promover o destino Serra para atrair as pessoas novamente”.
O presidente da Sindtur lembra ainda que as pessoas se tornarão mais preocupadas e cuidadosas com o próximo, assim como as empresas. “Isso é um legado que vai ficar. Haverá mais cuidado com higiene, proteção à saúde das pessoas. É uma forma de respeito e cidadania”, acrescenta. Salles diz que a expectativa é que este público em particular venha para a região pela semelhança com cidades da Alemanha e Itália, por exemplo. “Seriam pessoas com maior poder aquisitivo, que podem ter sofrido financeiramente com a crise, mas têm uma reserva para turismo e lazer num momento pós pandemia. Quem vier no fim do ano poderá aproveitar a alta temporada como se fosse baixa. Vai gastar menos e aproveitar mais”, comenta o presidente do Sindtur.

Correio do Povo

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