Em transmissão nas redes sociais, presidente criticou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta
Agência Estado e Correio do Povo
No dia em que dados do consórcio de imprensa indicaram que o Brasil completou quatro semanas com média diária de mortes pelo novo coronavírus igual ou superior a mil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a gestão da pandemia feita pelo Ministério da Saúde “está funcionando” e que o general Eduardo Pazuello , que comanda a pasta, está fazendo “um excelente trabalho”.
Em sua transmissão semanal nas redes sociais, o presidente afirmou que vê muita gente questionando se Pazuello deveria ser substituído já que não tem formação médica. O presidente rebateu as críticas: “Tivemos um primeiro médico lá, olha a desgraça que foi”, afirmou ele em relação ao ex-ministro Luiz Henrique Mandetta , que saiu do cargo após uma série de embates com o presidente sobre a estratégia de condução da pandemia.
“O segundo foi muito rápido, o garoto lá, o segundo ministro foi muito rápido”, afirmou Bolsonaro sobre o ex-ministro Nelson Teich . Também médico, Teich deixou a pasta após embates com o presidente e depois de sofrer pressão por ampliar a prescrição de hidroxicloroquina para combater a covid-19. O medicamento, defendido por Bolsonaro, não tem eficácia comprovada no tratamento da doença. "Tenho nada a falar sobre ele, tenho até que agradecer a colaboração que ele nos deu, o Teich, por um pequeno período de tempo", concluiu Bolsonaro.
Já sobre Pazuello, que ocupa o posto interinamente há 75 dias, Bolsonaro disse que o general está realizando “um excepcional trabalho”. “Ele tem atendido quase tudo, não só recursos como meios; alguns prefeitos têm pedido a hidroxicloroquina e ele tem feito rapidamente chegar lá, então está funcionando”, afirmou o presidente.
Bolsonaro ainda classificou a escalada de militares em postos do ministério como “coincidência”. “São mais de cinco mil funcionários no Ministério da Saúde aqui em Brasília, ele levou 15 militares para lá, é a equipe dele, pô, coincidência”, disse.
Segundo dados do consórcio de imprensa, o Brasil contabilizou nesta quinta-feira 1.189 mortes e 58.271 novas infecções de coronavírus. Conforme mostrou reportagem do Estadão, enquanto o governo investiu na compra da cloroquina, o Ministério da Saúde ainda guarda em seus estoques 9,85 milhões de testes para o coronavírus. Eles estão encalhados principalmente por falta de insumos usados em laboratório para processar amostras de pacientes.
Agência Estado e Correio do Povo
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