Ao contrário do que ocorreu no mês de junho, atletas e funcionários receberam seus pagamentos sem atraso
A confessada crise financeira do Inter deu uma trégua. Neste mês, diferentemente do que ocorreu em junho, o clube conseguiu honrar o pagamento em dia de seus jogadores e funcionários. Todos receberam seus salários na segunda-feira. “Não é um milagre. É a ajuda dos associados que está surtindo efeito. O quadro social reagiu com força nas últimas semanas, atendendo ao chamamento do clube”, diz o vice-presidente de finanças, Lauro Hagemann.
O dirigente ressalta que o clube vinha mantendo os salários em dia desde 2017, quando a atual diretoria assumiu. E que o problema do mês passado, quando os jogadores esperaram 11 dias para receber,foi um caso isolado. “Pagar em dia em julho é uma perspectiva que tínhamos e que se cumpriu. Mas todo mês é uma luta. Não há folga nunca”, afirma.
Em junho, o clube usou um crédito disponibilizado pela CBF para pagar os salários. Agora, foi o dinheiro dos sócios que bancou a conta. Até agosto, é provável que o clube já tenha recebido pelo menos parte do dinheiro arrecadado com as negociações envolvendo Erik, que teve 40% dos direitos vendidos para o Al-Ain (EAU) por R$ 4 milhões, e Gustagol, liberado para o Jeonbuk Motors (Coreia do Sul), negócio que rendeu cerca de R$ 2,4 milhões. Após as negociações que rebaixaram os salários de jogadores e funcionários em 25% e o adiamento do pagamento dos direitos de imagem de três meses para 2021, o Inter gasta cerca de R$ 7 milhões com salários.
A folha baixou consideravelmente, mas as receitas também estão bem abaixo da normalidade. Até o final de abril, quando a pandemia completava o seu primeiro mês, o clube teve um déficit de R$ 51,2 milhões. A crise se avolumou nas semanas seguintes. Por isso, a direção prepara um pedido de suplementação orçamentária que será enviado para a apreciação do Conselho Deliberativo, apresentando em detalhes os efeitos financeiros da paralisação.
Correio do Povo
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