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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Entre protestos e reabertura, para onde vai a bolsa em junho?

A reação aos protestos nos Estados Unidos e no Brasil deve dar o tom do noticiário nesta segunda-feira, e ajudar a definir o rumo dos mercados. A Desperta destaca ainda a (prematura?) reabertura no Brasil e a volta às aulas no Reino Unido. Boa leitura.

Torcedores fazem ato a favor da democracia e contra Bolsonaro neste domingo (31) na Av. Paulista, SP | Estadão Conteúdo/ Taba Benedicto

1 -  OS PROTESTOS E A BOLSA

Para onde vão as bolsas em junho? Esta é a grande pergunta de analistas e investidores após um fim de semana de tensão nos Estados Unidos e no Brasil. Os protestos, sobretudo nos EUA, vão puxar para baixo os índices, ou o otimismo com a reabertura seguirá puxando as bolsas para cima? O Ibovespa fechou maio em alta de 8,57%, o melhor resultado para o mês desde 2009. Ontem, o Brasil teve uma tarde de manifestações contra e a favor do governo, que terminaram em conflitos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os Estados Unidos tiveram mais uma noite de protestos violentos entre manifestantes e policiais, em decorrência da reação ao assassinato do segurança negro George Floyd por um policial branco, há uma semana. Como investidores reagirão? No Brasil, a possível crise institucional é outro ponto de atenção, alerta Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research. Ele diz ainda que em junho investidores devem analisar com lupa a velocidade de retoma das economias mundo afora, assim como uma possível segunda onda de contágio. "Os preços voltaram muito rápido, e investidores vão querer entender se esse movimento faz sentido", afirma Lima.

2 - REABERTURA PAÍS AFORA

Com o Brasil ultrapassando a marca de meio milhão de casos confirmados de covid-19, vários estados iniciam nesta segunda-feira (1) a flexibilização das medidas de quarentena, com a reabertura gradual do comércio. Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou na semana passada a “retomada consciente” da atividade econômica. De acordo com o plano, a quarentena foi estendida por mais 15 dias a partir de hoje, mas a maior parte do estado poderá adotar algum grau de flexibilização, conforme o nível em que se encontre a pandemia. O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), porém, anunciou que nada voltará a reabrir nesta segunda-feira. No Amazonas, o governador Wilson Lima (PSC) anunciou a reabertura de boa parte do comércio em Manaus a partir de hoje. Maranhão e Ceará também começam hoje uma abertura gradual. No Rio, a quarentena foi prorrogada por mais uma semana. Um exemplo do risco de retomar antes de hora é Santa Catarina, onde a abertura gradual, em 13 de abril, levou a uma alta de 11 vezes no número de casos.

3 - O EMPREGO NA PAUTA

O Senado deve analisar ainda nesta semana a Medida Provisória 936, que altera regras trabalhistas temporariamente para evitar demissões durante a pandemia do coronavírus. É das medidas mais importantes no pacote de resposta do governo contra a pandemia, mas que ainda não passou por todas as etapas processuais, num momento em que o Brasil passou de 500.000 casos e de 30.000 mortes por covid-19. A proposta cria o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que permite a redução de salários e da jornada de trabalho ou a suspensão do contrato trabalhista, passou pelo plenário da Câmara dos Deputados na noite de quinta-feira (28). A MP já está em prática e passa de 8,5 milhões o número de acordos feitos entre trabalhadores e empregadores. Mas o desemprego vem avançando em ritmo maior, mesmo com as mudanças na legislação. Em abril, a população decupada chegou a 12,8 milhões de pessoas, levando a taxa de desemprego a 12,6%. E o cenário ainda deve piorar consideravelmente até o fim do ano.

4 - O FUTURO DA EMBRAER

A fabricante brasileira de aviões Embraer divulga na manhã desta segunda-feira, 1, os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2020. Mas a grande expectativa dos investidores diz respeito à teleconferência com analistas de mercado e jornalistas que a diretoria da empresa realiza às 10h30 (horário de Brasília). Desde que a americana Boeing rompeu o acordo para comprar a sua divisão de aeronaves comerciais, em 25 de abril, a Embraer deu poucas informações sobre como será o futuro sem a parceria que lhe renderia 5,2 bilhões de dólares (o equivalente, hoje, a 27,8 bilhões de reais – mais de cinco vezes o valor de mercado da brasileira) e acesso aos parceiros comerciais e militares dos Estados Unidos para seus jatos executivos e de combate. No primeiro trimestre, a empresa deve anunciar receita em alta (de 9,4 bilhões de reais) e lucro também em alta (de bilhões de reais), reflexos de contratos fechados antes da pandemia. A situação tende a piorar, e a empresa será cobrada a dar respostas sobre seu futuro.

5 - BACK TO SCHOOL

Pouco mais de dois meses depois após fechar suas escolas pela pandemia do coronavírus, o Reino Unido começa a reabrir as instituições nesta segunda-feira, 1º de junho. De acordo com o plano do gabinete de Boris Johnson, a reabertura será gradual e começará pelos alunos mais novos. A partir do dia 15, será a vez dos alunos mais velhos, adolescentes que irão começar os estudos preparatórios para exames finais. O objetivo é fazer que todas as escolas voltem ao normal por pelo menos um mês e antes do início do verão no hemisfério norte, que começa em 21 de junho, muito embora o governo tenha deixado claro que o panorama pode mudar, se necessário. A normalidade nas escolas é uma parte importante do plano de reabertura da Inglaterra, mas outras regiões não seguirão o mesmo caminho. A Escócia, por exemplo, não retornará antes de 11 de agosto, enquanto País de Gales ainda não estabeleceu uma data para tanto. Sindicatos de profissionais da educação e escolas desconfiam da viabilidade, e da segurança, da volta das aulas neste momento, e já disseram que o governo “não construiu confiança”.

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O Brexit está mais uma vez na mesa. Negociadores do Reino Unido e da União Europeia se encontram por vídeo hoje. Pouco avanço é esperado, o que pode levar ao início de tarifas em janeiro.

Protestos e embates entre polícia e manifestantes no Brasil e nos Estados Unidos são resultado de deterioração econômica e falta de liderança, segundo economistas e diplomatas.
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Dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil teve, até abril, 9.420 mortes a mais causadas pela covid-19 do que o divulgado na época. O balanço oficial de 2 de maio falava em 6.724 mortes.
Os Estados Unidos anunciaram o envio de dois milhões de doses da hidroxicloroquina ao Brasil. Além dos remédios, a Casa Branca prometeu enviar mais mil unidades de respiradores.

73,8% das empresas pretendem instituir o home office como prática definitiva no Brasil após a pandemia de coronavírus. Confira a pesquisa.
Nike, Adidas, Netflix e Huluse se unem em campanha contra o racismo em meio à onda de protestos nos Estados Unidos.
O tema de saúde mental ganha relevância durante a pandemia e o número de pacientes de startup Vittude, responsável por atendimento psicológico virtual, cresce 400% em março e abril.
Um dia após lançamento histórico, os astronautas transportados pela SpaceX chegaram à estação espacial. Conheça os perrengues enfrentados por Elon Musk para enviar o foguete tripulado da sua empresa de viagens espaciais.

Lives

Às 18h30 - André Esteves, do BTG Pactual, entrevista Nittin Nohria, reitor da Harvard Business School (veja no YouTube)

Bolsa

HOJE | Xangai / +2,21%
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O grupo sul-coreano BTS se juntou à montadora Hyundai, também sul-coreana, para uma campanha a favor do meio-ambiente. O objetivo: divulgar o novo Hyundai Motor Corp, com energia de hidrogênio. Em um vídeo, os artistas também dançam fazendo referência ao distanciamento social. Veja os vídeos e leia na última edição da EXAME sobre o avanço dos combustíveis renováveis.

BTS: grupo de k-pop gera mais de 3 bilhões de dólares à Coreia do Sul | Hyundai/Divulgação

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