sexta-feira, 15 de maio de 2020

Venezuela planeja investigar pesquisadores que contestaram os dados oficiais da Covid-19 no país



O programa de testes do governo de Nicolás Maduro para a Covid-19 se baseia amplamente em exames de sangue rápidos doados pelo governo chinês

O governo da Venezuela afirmou que pretende investigar pesquisadores que publicaram um relatório contestando os números oficiais da Covid-19 no país.
A Academia de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais da Venezuela, em uma pesquisa publicada neste mês, apontou que a contagem de 440 casos e dez mortes parecia inconsistente com o padrão de disseminação do novo coronavírus e que o país poderia chegar a 4 mil casos por dia a partir de junho.
O relatório usou um modelo matemático que a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres desenvolveu no início deste ano. “Os números que eles usam não têm embasamento”, afirmou o governo de Nicolás Maduro.
A academia divulgou uma declaração em resposta, reiterando as duas principais conclusões do relatório: que devem ser realizados mais testes e que é improvável que a curva da pandemia seja achatada neste momento.
O programa de testes da Venezuela se baseia amplamente em exames de sangue rápidos doados pelo governo chinês. Apenas testes positivos certificados por um único laboratório de Caracas – o Instituto Nacional de Higiene, que pode testar no máximo cem amostras por dia – são incluídos na contagem oficial do governo.
Essa limitação criou um acúmulo de pedidos de testes não atendidos, o que manteve artificialmente baixo o número de casos confirmados, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação do instituto.

O Sul

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