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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Trump ameaça "fechar" redes sociais após questionamento de seus tuítes

Plataforma classificou dois duas postagens do presidente dos EUA como "enganosas"

Trump voltou ao ataque nesta quarta-feira

Trump voltou ao ataque nesta quarta-feira | Foto: Nicholas Kamm / AFP / CP


O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (27) "regulamentar fortemente", ou "fechar", as redes sociais, depois que o Twitter classificou dois de seus tuítes como "enganosos" e os tratou como disseminadores de informações não verificadas. "Os republicanos acham que as plataformas de mídia social silenciam completamente as vozes conservadoras. Vamos regulá-las fortemente, ou vamos fechá-las, em vez de permitir que algo assim aconteça", tuitou o presidente.

O Twitter destacou dois tuítes de Trump publicados na terça-feira, nos quais o presidente dizia, sem provas, que o voto pelos correios levaria a uma eleição fraudulenta. "Não há como o voto pelos correios ser outra coisa diferente de algo substancialmente fraudulento", escreveu ele na época.

Abaixo das postagens, o Twitter postou um "link" que diz: "Obtenha informações sobre a votação pelos correios", uma novidade para a rede social que por muito tempo resistiu aos apelos para censurar o presidente americano por postagens que desafiam a verdade.



Trump voltou ao ataque nesta quarta-feira: "Não podemos permitir que as cédulas por correio em larga escala ocorram em nosso país. Seria a liberdade de todos os enganos, falsificações e roubos de cédulas". "Quem trapacear mais, ganha. Do mesmo modo que as redes sociais. Limpe o que você fez, AGORA!", disse o presidente.

Trump também acusou as redes sociais de interferirem nas últimas eleições: "Vimos o que tentaram fazer e fracassaram em 2016". "Não podemos permitir que volte a acontecer uma versão mais sofisticada disso", acrescentou.

Há muito tempo, o presidente usa o Twitter como uma plataforma para disseminar insultos, teorias da conspiração e informações falsas para seus 80 milhões de seguidores. Antes de ser eleito em 2016, ele construiu sua marca política apoiando a mentira de que Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, não havia nascido no país. Não seria, portanto, elegível para ser presidente.

E, recentemente, provocou mais uma tempestade ao espalhar o boato infundado de que o apresentador de televisão da MSNBC Joe Scarborough teria assassinado uma assistente.

A advertência do Twitter abaixo das mensagens de Trump sobre a votação por correio consiste em um link, que ao ser clicado pelos usuários abre uma mensagem que destaca que as afirmações do presidente são "infundadas", citando informações de vários meios de comunicação, incluindo CNN e Washington Post.

A mensagem diz: "Trump afirmou falsamente que as cédulas de voto por correio levariam a eleições fraudulentas". "Os verificadores, no entanto, afirma que não há evidências de que as cédulas por correio estejam relacionada com fraude eleitoral".

Trump havia citado em seus tuítes o governador da Califórnia, alegando de modo equivocado que todos os moradores do estado receberiam uma cédula, quando na realidade os envios se dirigem apenas aos eleitores registrados, segundo a explicação dos verificadores. As mensagens violaram uma política ampliada recentemente pelo Twitter, destacou a empresa.

"Ao servir à conversa pública, nosso objetivo é facilitar a busca de informações confiáveis no Twitter e limitar a propagação de conteúdo potencialmente prejudicial e enganoso", afirmou a empresa quando anunciou as mudanças.

A medida do Twitter acontece no momento em que Trump, em meio à forte desaceleração econômica nos Estados Unidos e 100.000 mortes provocadas pela pandemia de coronavírus, divulgava a teoria da conspiração sobre Scarborough. Os boatos sem evidências divulgados pelo presidente afirmam que o apresentador de TV matou uma mulher com a qual teve um relacionamento em 2001, quando ele era um congressista republicano e ela integrava sua equipe de assessores


AFP e Correio do Povo

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