Equipamento de proteção pode ser visto em diversas ruas da Capital, o que aumenta os riscos de infecção
Em uma mesma rua, várias máscaras podem ser encontradas descartadas irregularmente | Foto: Alina Souza
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O descarte irregular das máscaras utilizadas na proteção contra o novo coronavírus tem sido constante nas ruas de Porto Alegre. Na manhã desta terça-feira, o protetor facial foi encontrado em diversas vias da Capital, como a avenida Ipiranga, próximo ao Palácio da Polícia; no cruzamento da Ipiranga com a avenida Praia de Belas, na calçada do arroio Dilúvio; na rua Múcio Teixeira, no bairro Menino Deus; e na rua Valparaíso, no bairro Jardim Botânico, zona Leste da cidade. Os profissionais de saúde dos principais hospitais reclamam também que o equipamento de proteção individual (EPI) é descartado de forma incorreta próximo de instituições de saúde. A obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos, prevista no decreto municipal, é a alternativa mais viável, após o distanciamento social, para controlar a disseminação da Covid-19.
A exposição ao ar livre de um EPI que está contaminado é uma fonte de contaminação direta. Uma pessoa desavisada pode pegar o material, seja para jogá-lo no lixo ou até mesmo para usá-lo. A reutilização pode resultar em uma contaminação. A técnica em enfermagem Luisa Meireles Azevedo, do Hospital Vial Nova, ressaltou que o descarte equivocado do material pode gerar um certo risco para as pessoas que mantêm contato próximo com ele e, por essa razão, deve ser feito seguindo algumas recomendações de segurança. A ideia é que as pessoas coloquem o material em um lixo separado e em um plástico amarrado. Ele deve estar muito bem embalado para que este não seja um potencial de contaminação.
A prefeitura de Porto Alegre tem orientado sobre o descarte durante o isolamento. Os resíduos de residências em que pacientes com suspeita ou confirmação de infecção pelo novo coronavírus passam por isolamento domiciliar devem ser descartados em duplos sacos de lixo resistentes. A norma é da Diretoria Geral de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e atende a determinações dos órgãos sanitários federais. A regra é válida para todos os resíduos domiciliares originários nesses locais (máscaras, papéis, guardanapos, papel higiênico, embalagens plásticas, de papelão ou outras, além de sobras alimentares do pré ou pós preparo). Os sacos, duplos, devem ser fechados com lacre ou nó quando o saco tiver até dois terços de sua capacidade preenchida. Esse material deve ser descartado na coleta domiciliar regular ou nos contêineres, respeitando os dias e horários de coleta regular.
O diretor da Vigilância em Saúde, Anderson Lima, ressaltou que os resíduos não devem ser separados ou triados para disposição da Coleta Seletiva, nem doados aos catadores em hipótese alguma. Se a pessoa que estiver em isolamento morar em condomínio, a recomendação é para avisar o síndico, que deverá orientar funcionário responsável pelo recolhimento de resíduos do condomínio, com objetivo de manuseio mínimo dos mesmos. “Nesses domicílios em que há caso suspeito ou confirmado de coronavírus, não devem entregar os resíduos recicláveis para os catadores a fim de não expor os mesmos ao risco de contaminação”, acrescentou. A medida leva em consideração o desconhecimento, até o momento, do tempo em que o coronavírus sobrevive em determinada superfície. “Assim, não é possível determinar um prazo para quarentena dos materiais recicláveis”, explicou Lima.
Correio do Povo
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