Agentes querem saber quando a criança teria sido morta pela mãe e a motivação do crime
Correio do Povo
O delegado Joerberth Nunes Pinto, responsável pela investigação da morte do menino Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto, afirmou em coletiva no Palácio da Polícia, nesta terça-feira, que a equipe seguirá as investigações para responder novas dúvidas. “Se ela não foi morta no dia 15, data do desaparecimento, onde ela ficará? Ela estava dopada? Houve a ingestão de medicamentos?”, questionou o delegado.
Para Joerberth, outro mistério é saber em que momento a criança foi morta pela a mãe. O celular usado pelo menino está sendo periciado pois “pode traz outras evidências”.
Além das duas casas, um veículo examinado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) apresentou vestígio de sangue no porta-malas. O carro é de propriedade do tio da vítima. As residências encontram-se fechadas e lacradas. A suposta medicação ministrada à vítima ainda não foi localizada.
O laudo de necropsia do Posto Médico-Legal de Carazinho indicou, nesta terça-feira, que a morte da criança ocorreu por esganadura ou asfixia mecânica. O diagnóstico derrubou a versão da mãe da criança, que confessou o crime em depoimento à polícia na última segunda-feira. Alexandra Dougokenski havia dito que o filho faleceu por ingestão de um medicamento pois estava inquieto e nervoso. “A motivação do crime ainda é uma incógnita. Tudo é motivo de investigação pois não damos o caso por encerrado”, enfatizou. “Nenhum depoimento até agora indicou que existia desavença da mãe com o filho”, frisou.
A Polícia Civil vai prosseguir com a apuração do caso mesmo com a confissão da mãe. O envio de uma equipe do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis, especializada neste tipo de ocorrência, para reforçar o trabalho investigativo da DP de Planalto será mantido. “Laudos periciais do IGP estão chegando ao inquérito e temos extrair o maior número possível de dados”, salientou. “Há envolvimento de outras pessoas ou não?”, indagou o diretor do DPI. “Tudo será delineado durante o transcorrer do inquérito policial”, assegurou.
O pai biológico (que não tinha praticamente contato com o filho e a ex-esposa) e o padrasto (que estava em um hotel em Ametista do Sul onde estava a trabalho), além de outros familiares, já prestaram depoimentos.
De acordo com o delegado Joerberth Nunes Pinto, o irmão adolescente, após saber da confissão da mãe, ficou transtornado e chorou muito, alegando que gostava muito de Rafael. “Todas as diligências que devem ser feitas...serão! A Polícia Civil não dá o caso por encerrado pois existem indagações a serem respondidas. Queremos comprovar o que de fato ocorreu para responsabilizar aquele ou todo aqueles que têm ligação com a morte da criança. Temos obrigação de saber se a mãe agiu sozinha ou não”, concluiu.
No início da apuração do caso, a polícia tinha três linhas de investigação: a de um eventual suicídio, a retirada da casa por terceiros e a de que a criança teria sido morta no interior da residência. Com o avanço das diligências, incluindo a obtenção de vários depoimentos, os policiais civis ficaram apenas com a última hipótese.
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