domingo, 31 de maio de 2020

Maquiavel, e o STF


Nicolau Maquiavel (1469/1527) foi um filósofo de origem florentina, reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, muito citada pelo fato de ter escrito “O Príncipe” onde analisa o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser. Conhecido pelo princípio (maquiavelismo) de que o governante para atingir o poder supremo, “todos os meios são válidos, desde que atingissem o final proposto”, incluindo a força, sendo que todos os obstáculos deveriam ser tirados do caminho, nem que fossem necessárias mentiras e traições.
Entre outras considerações Maquiavel define que uma Constituição corrupta “é aquela em que somente os poderosos são capazes de propor medidas fazendo-o não pela liberdade comum, mas pelo seu próprio poder”... assim “os cargos da magistratura não devem ser preenchidas pelos que têm maiores virtudes, mas pelos que têm mais poder”, tendo, portanto, melhores perspectivas de solidificar o autoritarismo e servir aos seus próprios interesses e fins egoístas.
Qualquer semelhança que identificam ações da maioria dos nossos atuais Ministros do Supremo não é mera coincidência, pois eles tiveram um aprendizado direcionado nestas elucubrações maquiavélicas plenamente comprovadas, a seguir discriminadas: o Ministro do STF Alexandre de Morais Moraes, suspendeu a legitima nomeação de Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal, feita pelo Presidente; o Ministro Celso Melo, deliberou divulgar uma reunião não pública do Presidente com seus Ministros de Estado, sob pretexto de incriminar o Presidente com resultados desastrosos; depois ele mesmo ameaçou conduzir três Ministros generais quatro estrelas para depoimento, sob vara; ainda posteriormente encaminhou ao Procurador Geral um pedido de partidos de oposição para quebrar o sigilo do celular do Presidente da República. Como se tudo isso não bastasse relembro que o plenário desse mesmo STF decidiu em 07/11/2019 que não é possível a execução da pena de um condenado depois de decisão condenatória confirmada em 2ª instância o que possibilitou liberdade ao ex-presidente Lula e a centenas de outros condenados.
Com tudo isso, fico ainda mais indignado quando leio na pag. A³ do “Estadão” de hoje, artigo que só me inspira mais aversão por sua linha editorial, quando afirma que: “É hora do STF exercer as suas atribuições republicanas sem desviar um milímetro das prerrogativas que a Constituição lhe confere”, reconhece, portanto que este órgão não o faz há muito tempo, por conta de seu autoritarismo, mas o artigo tendenciosamente não faz nenhuma crítica ao STF, muito pelo contrário acusa o Presidente de autoritarismo afirmando que... “os avanços autocráticos do presidente é tal que faz crer que ele se vê como ungido para governar o País como melhor lhe aprouver, devendo satisfações apenas a seus caprichos”!
Quanta incoerência e falta de nexo, pois o Presidente têm suas mãos amarradas pelo STF e Congresso corruptos, ainda apoiados por uma Imprensa degenerada, que não lhe permitem governar e ainda o acusam de autoritário !!

Plínio Pereira Carvalho

Fonte: https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=10214914901260840&id=1677131654

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