Em vídeo divulgado nas redes sociais, Camila da Silva Szabo, de 32 anos, protagonizou emocionante momento quando se despediu da UTI do Hospital Conceição, após vencer o coronavírus
Correio do Povo
A técnica de enfermagem Camila da Silva Szabo, 32 anos, que protagonizou um emocionante momento de despedida da Unidade Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Conceição, após vencer o coronavírus, por pouco não integrou uma triste estatística. Até esta segunda-feira, 18 profissionais de saúde - incluindo médicos -, morreram de Covid-19 no país. O vídeo, que ganhou as redes sociais, mostra a técnica, que atua no mesmo hospital onde estava internada, na zona Norte de Porto Alegre, indo para a enfermaria sob aplausos.
“Meus colegas e todos da UTI me acalmaram, cuidaram de mim. E lá tu não recebe visita. Fica isolada. Isso foi essencial”, reconhece a profissional que é uma das milhares que atuam na linha de frente de combate ao vírus na Capital. Camila teve alta do hospital na segunda-feira e agora passará pelo menos mais 7 dias em casa, antes de retornar ao trabalho, na emergência do Conceição.
Ela conta que observou os primeiros sintomas no dia 3, quando estava de folga. “Comecei a sentir falta de ar e muito cansaço. No dia 4 fui para a tenda do GHC (Grupo Hospitalar Conceição) que atende a população e de lá fui de ambulância para a sala vermelha da emergência”, conta.
A sala a qual ela se refere, é para onde são encaminhados os pacientes de maior gravidade no setor onde trabalha. “Eu tinha muita dor, não conseguia nem me mexer. Chorava muito”, lembra. De lá, Camila relata que foi encaminhada rapidamente para a UTI do Conceição, onde passou dois dias intubada e mantida sob ventilação mecânica. “A minha família, o meu esposo Caio, começaram a pedir orações nas redes sociais para as pessoas”, acrescenta. Na segunda-feira, dia 6, ela foi extubada, fato que sinalizou que o pior já havia passado. “Tenho só asma leve. Nunca fiquei internada na vida. Até pensei que, se fosse pegar, seria mais leve, não para intubação”, avalia.
A tarde de segunda-feira foi a sua volta para casa. “Foi ótimo. Muito feliz. Mas sigo isolada do meu marido. Vamos dormir separados”, revela. Mas perto do que passou, o sacrifício de ficar longe do companheiro em nada se compara aos dias doente no hospital. “Aos meus colegas, que tenham muita fé e não desistam nunca, que continuem nessa caminhada que é difícil, mas vai passar”, aponta. Às pessoas que estão nas ruas, Camila pede encarecidamente para que sigam as precauções sugeridas pelas autoridades. “Muito cuidado. É uma doença muito séria. Eu tive minha colega de trabalho que não está mais aqui para contar esta história”, conclui a técnica, que trabalha no GHC há dois anos.
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