quinta-feira, 9 de abril de 2020

Sanders abandona disputa à presidência dos Estados Unidos

Decisão de suspender a campanha foi anunciada à equipe durante uma ligação

Senador foi derrotado em 2016 por Hillary Clinton na indicação do partido

O senador Bernie Sanders desistiu da corrida presidencial pelo Partido Democrata, sacramentando o ex-vice-presidente Joe Biden como o nomeado pela agremiação para as eleições deste ano nos Estados Unidos. Em comunicado via vídeo em suas redes sociais, o progressista admitiu que, com cerca de 300 delegados atrás, a vitória era virtualmente impossível, o que o levou à decisão. "Parabenizo Joe Biden, um homem muito decente com quem trabalharei para levar adiante nossas ideias. Vou permanecer na votação em todos os Estados restantes e continuar a reunir delegados para ele, que será o candidato", afirmou.
Apesar da desistência, feita após muita ponderação, o representante de Vermont disse que é preciso continuar trabalhando para reunir o maior número possível de delegados na Convenção Democrata, "onde poderemos exercer uma influência significativa sobre a plataforma de governo". "Permanecendo unidos, avançaremos para derrotar Donald Trump, o presidente mais perigoso da história americana moderna, e lutaremos para eleger fortes progressistas em todos os níveis de governo, do Congresso ao Conselho Escolar", apontou.
"Como espero que todos vocês saibam, essa corrida nunca foi sobre mim. Concorri à presidência porque acredito que seja um precedente. Poderia acelerar e institucionalizar as mudanças progressistas que todos construímos juntos e, se continuarmos andando, não tenho dúvida, que é exatamente o que vai acontecer. Talvez, mais devagar agora. Mudaremos a plataforma e, com amigos de ideias semelhantes ao redor do mundo, mudaremos o mundo inteiro".
Citando Nelson Mandela, a quem chamou de um dos grandes combatentes da liberdade na história moderna do mundo, disse: "Parece impossível até que seja feito". "Isso quer dizer que o maior obstáculo à mudança social real tem tudo a ver com o poder do estabelecimento corporativo e político para limitar nossa visão sobre o que é possível e o que temos direito como seres humanos. Se não acreditarmos que temos direito à saúde como uma vida humana, nunca alcançaremos o Universal Health Care. Se não acreditarmos que temos direito a salários e condições de trabalho decentes, milhões de nós continuarão vivendo na pobreza", apontou.
Sanders disse que a esposa Jane, ele e toda a família, sempre levarão em seus corações a memória das "pessoas extraordinárias que encontramos". "Lembrarei que a maior beleza está nos rostos das pessoas que conhecemos de um canto ao outro. O amor e a decência da compaixão que vi neles me deixam tão esperançoso para o nosso futuro, que também me deixa mais determinado do que nunca a trabalhar para criar uma nação que reflita esses valores e eleve tudo sobre as pessoas. Por favor, permaneçam nessa luta comigo, vamos em frente juntos", pediu.

Perda de apoio

Essa foi a segunda tentativa fracassada do socialista de ser o nomeado pelos Democratas; em 2016, perdeu a indicação para a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, derrotada pelo atual presidente Donald Trump. Embora os moderados o tenham acusado de dividir o partido – e enfraquecer a candidata da sigla – por não desistir mais cedo em 2016, ele ganhou aplausos da ala mais à esquerda.
Nas primárias deste ano, senador de Vermont apareceu como um candidato instantâneo de primeira linha em um campo historicamente lotado de nomes. Ele novamente fez campanha com os progressistas, enfatizando propostas de políticas como o Green New Deal e a proposta de saúde do Medicare for All. Começou bem, mas perdeu força e viu Biden crescer nos últimos meses, endossado por outros candidatos que abandonaram o pleito.

Correio do Povo

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