Segundo o SindiTur, as perdas mensais podem alcançar R$ 180 milhões
Correio do Povo
Os eventos de Páscoa são o principal atrativo turístico da região das Hortênsias no primeiro semestre. Gramado, Canela, Nova Petrópolis e São Francisco de Paula tinham a expectativa de receber 400 mil visitantes no período de aproximadamente 15 dias. Com a pandemia do coronavírus, os espetáculos de Páscoa foram todos cancelados e a região contabiliza os prejuízos. Somente a decoração, que estava sendo instalada nas ruas quando estourou o surto epidêmico, foi mantida. O SindTur Serra Gaúcha estima que as perdas mensais podem alcançar a ordem de R$ 180 milhões.
Além das ruas decoradas e da programação artística, os turistas buscavam a região na época para comprar os tradicionais chocolates caseiros, um dos setores bastante afetados.
Conforme a Associação da Indústria e Comércio do Chocolate (Achoco) de Gramado, as fábricas da região produziram aproximadamente 1,4 tonelada para a Páscoa 2020. No entanto, a entidade estima que apenas 15% deve ser comercializada em função da crise de saúde.
O presidente da Achoco, Jaderson de Souza, observa que a categoria tinha expectativa de aumento no volume de vendas de 10% para a próxima Páscoa. Estimativa transformada em decepção, aponta Souza. “Não contabilizamos monetariamente o prejuízo, mas estimamos que 85% da produção de Páscoa não será comercializada”, lamenta.
Souza observa que a Páscoa representa a maior parte do faturamento anual das fábricas de chocolate caseiro. “A crise nos pegou na pior época. Toda nossa produção de Páscoa já estava pronta. Estamos buscando alternativas e usando a criatividade”, acrescenta o dirigente.
Para amenizar os impactos econômicos, a Achoco e seus associados estão realizando vendas on-line para dar vazão a produção. “Mesmo neste canal, estamos com dificuldades em função da entrega pelos Correios e transportadoras”, revela Souza. Para ele, um caminho a ser seguido pela indústria do chocolate depois que o mundo superar a pandemia é a criatividade aliada à inovação.
“Devemos explorar o nome do chocolate artesanal e continuar apostando na qualidade e arte do chocolate fabricado aqui. Agora, temos que ter um cuidado com nosso trabalhador. São aproximadamente duas mil pessoas que trabalham no setor chocolateiro em Gramado. As empresas buscam alternativas para evitar demissões e, se houverem, que sejam em número reduzido”, diz.
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