Prefeitura de Porto Alegre determinou que tanto operadores quanto passageiros devem utilizar o item
Correio do Povo
O primeiro dia de validade do novo decreto que obriga usuários de transporte coletivo, motoristas e cobradores, a utilizarem máscaras em Porto Alegre foi marcado por dúvidas e poucas cobranças. Se boa parte dos passageiros já aderiu ao novo item, aqueles que não estavam com o rosto coberto não foram cobrados nem impedidos de utilizar o transporte normalmente.
Em seu terceiro artigo o decreto 20.549 determina que tanto os operadores do transporte quanto os passageiros devem utilizar as máscaras. Mas o estagiário Arthur Pereira, 21 anos, não teve problema para ingressar nos quatro ônibus que utiliza diariamente sem ela. “Não usei nem fui cobrado, como faço estágio em um posto de saúde utilizo lá, mas ela é descartável.”
De acordo com Pereira, a adoção da medida foi bastante dividida, e cerca de 50% dos passageiros e dos motoristas e cobradores das linhas que usa estavam com o item. Já os demais utilizaram os ônibus como ele, sem a proteção. O estudante disse que considera o uso da máscara importante para evitar a propagação do novo coronavírus, e garante que deve comprar logo a sua.
A cuidadora de idosos Patrícia Dutra da Silva, 45 anos, teve uma percepção diferente, e notou um grande número de pessoas com as máscaras. “A maior parte das pessoas está utilizando e os ônibus estão bem vazios.”
Patrícia relatou que tem tomado todos os cuidados para evitar a proliferação do novo coronavírus, e o uso do álcool gel se tornou uma constante. Ela é uma das pessoas que aprova a utilização do item como forma de evitar novos infectados. “Se é para prevenir tem que usar mesmo, meu álcool gel está aqui na bolsa.”
Mudança de cultura
A orientação da Empresa Pública de Transportes (EPTC) é de não aplicar multas ou mesmo impedir que passageiros sem máscaras ingressem nos coletivos. De acordo com o presidente da estatal, Fabio Berwanger Juliano, a ideia é uma mudança de cultura entre a população. “Não há previsão de multa, e de qualquer outra sanção para as pessoas, mas sim a criação de uma etiqueta social.”
De acordo com Juliano, inicialmente o foco será em uma comunicação pontual com os passageiros. “Nos primeiros dias faremos uma educação, todo mundo será orientado, os agentes da EPTC estão juntos das paradas, nos terminais, ingressando nos coletivos para conversar com as pessoas.”
Mudança de hábito
O que se viu em um primeiro dia é que uma boa parte dos passageiros já sente a necessidade do item de proteção, e mesmo aqueles que não utilizam a máscara falam imediatamente em mudar o hábito.
É o caso do pedreiro Alexsandro Silva de Menezes, 24 anos, que aguardava o ônibus no Terminal Triângulo. Na fila ele estava sem o item de proteção, mas garantiu que este não se trata de um hábito. “Eu uso ela, mas esqueci em casa quando fui pegar o ônibus.”
Menezes mora em Alvorada, na Região Metropolitana, e disse que a cobrança nas linhas que fazem a ligação com Porto Alegre inexiste. “Ninguém me cobrou, mas a maioria do ônibus estava com máscara.”
Quanto a lotação, diferente dos coletivos que trafegam por Porto Alegre, os intermunicipais têm tido um movimento semelhante ao que era antes da pandemia. “Não mudou muito não, o Umbu tá a mesma coisa de antes”, afirmou ele apontando para outra situação que o poder público terá que ficar atento de acordo com o relaxamento da quarentena.
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