Segurança institucional do país foi uma das preocupações de parlamentares do RS
Correio do Povo
A saída do ex-ministro Sérgio Moro do governo do presidente Jair Bolsonaro teve intensa repercussão no cenário político gaúcho. Pelo Twitter, o governador Eduardo Leite (PSDB) qualificou a demissão de Moro como uma derrota. "Hoje sofreram derrota o trabalho técnico, o combate à corrupção e a valorização do mérito. A saída, na forma como se deu e pelas motivações apresentadas, em um momento delicado da vida do país, abala os brasileiros que lutam por um país mais justo e transparente", escreveu Leite.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Ernani Polo (PP), também posicionou-se pelo Twitter: "Lamento a saída de Moro do Ministério da Justiça, um símbolo da luta contra a corrupção no país. Ao cidadão Sergio Moro, o desejo para que permaneça contribuindo na vida pública. O país não pode e não deve abrir mão do seu trabalho e experiência", destacou Polo.
O senador Lasier Martins (Podemos) considerou, em nota divulgada, que houve uma "demissão sem motivo" do diretor-geral da Polícia Federal (PF), o que provocou o afastamento de Moro. Classificando a suposta ingerência de Bolsonaro na cúpula da PF como "crime de responsabilidade" em sua manifestação, o senador disse acreditar na chegada de mais pedidos de impeachment à Câmara dos Deputados. "Como esse homem (Bolsonaro) foi se meter nessa enrascada, sem inteligência e bom senso, apenas para defender parentes", avaliou Lasier Martins.
O senador Paulo Paim (PT) observou que recentes situações envolvendo o presidente criam fatos políticos negativos e "passam a colocar sob risco a segurança institucional do país". "As lideranças políticas e sociais do Brasil precisam deixar de lado o debate ideológico para defender a democracia e a população neste momento de crise causada pela pandemia", pontuou. Paim sustentou que cabe ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso avaliar se os fatos relacionados ao presidente Jair Bolsonaro, envolvendo protestos em que são criticadas as instituições de Estado, representam ou não crime de responsabilidade.
O senador Luís Carlos Heinze (PP), pelo Twitter, expressou gratidão ao ex-ministro Moro e disse lamentar sua demissão. "Tivemos muitos avanços no Ministério da Justiça, conquistas que fazem parte do governo, nossa aposta em um novo Brasil, mais ético e transparente". Heinze também revelou sua expectativa de esclarecimento dos fatos ocorridos em torno da saída do ex-ministro. "Nosso projeto está aí e nada como o tempo para cicatrizar feridas e trazer luz aos fatos. Vamos em frente pelo bem dos brasileiros. Nosso trabalho não pode parar", escreveu o senador.
Presidente do MDB gaúcho, o deputado federal Alceu Moreira também mencionou a necessidade, em seu entendimento, de um pacto nacional para superação da crise agravada pela pandemia. "Numa sociedade, papéis institucionais e princípios devem estar acima das posições das pessoas. Precisamos de um pacto real entre as instituições para definir os papéis e disciplinar o cumprimento desses papéis para dar as respostas necessárias nesse momento", comentou.
Para o deputado federal Paulo Pimenta, presidente estadual do PT, apontou que as declarações do ex-ministro Moro soam como "delação premiada". "Se alguém ainda tinha dúvidas, a delação do ex-ministro mostra que o presidente usa o cargo público para proteger cúmplices, em especiual seus filhos, e para perseguir adversários", afirmou. Sobre Moro, Pimenta disse considerar que "os movimentos indicam uma estratégia de distanciamento de Bolsonaro para dar sequência ao próprio projeto de poder", apontou.
Já o ex-deputado Celso Bernardi, presidente estadual do PP, qualificou como o episódio como "lamentável". Estamos diante de uma guerra de versões e a verdade, nos próximos dias, deverá aparecer. Diante da crise sem precedentes que estamos passando, é absolutamente lamentável", citou.
O presidente do Democratas do RS, Rodrigo Lorenzoni, disse considerar que a sociedade brasileira sai prejudicada do episódio. "Com exceção dos corruptos, ninguiém ganha com a saída de Sérgio Moro. Perdem o Moro, o governo federal e, em especial, os brasileiros", citou. Na visão do presidente estadual do PSB, Mário Bruck, é "inaceitável que um presidente tente utilizar a máquina do Estado em seu favor".
"O presidente se elegeu pregando o combate à corrupção e, diante das declarações feitas pelo ex-ministro, resta aos representantes na Câmara e no Senado tomarem as medidas necessárias para esclarecer este episódio lamentável para a política brasileira", definiu. Por nota, o presidente estadual do PSDB, deputado estadual Mateus Wesp, avaliou que a saída de Moro preocupa a todos, "ainda mais pelo que revela quanto ao lastimável comportamento do Presidente da República, que tentou aparelhar politicamente a Polícia Federal, um órgão de Estado", posicionou-se Wesp. Para ele, "o momento político é grave e exige, mais uma vez, firmeza e serenidade na condução das nossas instituições" concluiu.
Deputados estaduais também se manifestaram. Para o líder do PP na Assembleia gaúcha, deputado Sérgio Turra, a saída de Moro representa uma perda enorme para as ações de Justiça e Segurança Pública no país. Conforme o deputado Pedro Pereira (PSDB), as declarações de Moro apontam para fatos graves, que devem ser apurados. Segundo o deputado Sebastião Melo (MDB), o país "não precisava de mais uma crise, ainda mais uma crise criada". Já o deputado Tenente-coronel Zucco (PSL), disse que o momento exige calma para enfrentar as tragédias humanitária e econômica ocasionadas pela pandemia.
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