por Maria Inês Dolci
Há que controlar os gastos, porque o isolamento social pode levar a consumir mais
Quarentena não deve ser acompanhada de descontrole financeiro nas compras online. Como é muito provável que todo o país saia mais pobre da pandemia de coronavírus, em função dos gastos para combatê-lo e da quase paralisação da economia, temos de evitar ao máximo endividamento atual ou futuro.
Há boas promoções nos aplicativos que entregam refeições, bebidas e mantimentos. E devemos continuar comparando preços antes de comprar em supermercados e em farmácias.
Há que controlar muito bem os gastos neste período, porque o isolamento social pode nos levar a consumir mais. Longe dos familiares e amigos, somos tentados a comprar um bom vinho e jantares mais caros do que de costume.
Também alugamos mais filmes e encomendamos sobremesas, porque o tempo livre parece interminável. Confira, também, o valor lançado na maquininha de cartões de débito e crédito, para evitar golpes.
Como não saímos de casa, temos a impressão de não gastar tanto, pois não vamos a shoppings, bares, restaurantes, parques, cinemas, teatros e livrarias. O carro fica na garagem, o que economiza combustível e estacionamento. É preciso, contudo, colocar tudo isso no papel (ou na planilha digital).
Provavelmente, as maiores despesas extras ocorram nas compras de alimentos, produtos de higiene e limpeza nos mercados virtuais, bem como em remédios. Além do frete, no caso dos supermercados, há menos opções de itens e preços mais salgados.
Como há muita demanda, a entrega, em geral, demora mais, o que nos obriga a fazer encomendas extras a mercadinhos próximos. Somam-se ao pagamento de condomínio, celular, banda larga, TV por assinatura, gás, energia elétrica, escola e plano de saúde. E aos impostos, é claro.
Temos de calcular tudo isso, para saber direitinho se estamos desrespeitando o orçamento. Ainda que, atualmente, tenhamos mais abertura para negociar o adiamento de algumas contas, elas voltarão com tudo após o isolamento. Cartões de crédito terão de ser pagos. Faça o possível e o impossível para não recorrer ao crédito rotativo!
Se tiver de postergar algum pagamento, ligue para a empresa e converse sobre suas dificuldades. Inadimplência é um grande risco, e o desemprego vai aumentar exponencialmente antes de se estabilizar e de se reduzir. Novos postos de trabalho, em sua maioria informais, pagarão ainda menos do que antes do coronavírus.
Até porque o endividamento das famílias, o desemprego e o percentual de informalidade já eram muito elevados antes do confinamento.
Por tudo isso, planejar gastos é essencial para projetar um futuro menos sofrido, inclusive na economia, quando tivermos superado as ameaças à saúde e à vida, hoje nosso principal objetivo.
Fonte: Folha Online - 15/04/2020 e SOS consumidor
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