Para ex-presidente, governo terá de contrair dívida para financiar a retomada econômica
Agência Estado e Correio do Povo
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso criticou nesta quinta-feira o posicionamento de forças políticas que pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Em "live" promovida pela Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), ele afirmou que não está claro que Bolsonaro tenha infringido a Constituição Federal.
"Disseram que eu estava conspirando com o Rodrigo Maia presidente da Câmara dos Deputados, mas eu não vejo o Maia há anos. Não está claro que tenha havido infringência constitucional. Eu não votei no Bolsonaro, mas a população votou no Bolsonaro, ele está aí", disse FHC.
O tucano disse, ainda, que será necessária coesão entre as lideranças políticas do País para enfrentar a crise do coronavírus e para transformar as instituições. "Precisaremos de estadistas, de coesão, não de disruptura. Nós precisamos ter paciência histórica, entender que as coisas levam tempo", disse o ex-presidente.
Para ex-presidente, governo terá de contrair dívida para financiar a retomada
Fernando Henrique Cardoso avalia que o governo federal terá de contrair dívida para financiar a retomada da economia com a saída da crise do coronavírus. Durante a “live” da Abitrigo, FHC afirmou que é natural esperar crescimento da dívida pública e que o País vai precisar de financiamento internacional.
"Esse governo foi eleito querendo implantar um programa ortodoxo, mas infelizmente a gente não faz o que quer no governo, faz o que pode. Agora, vai ter de gastar, vai ter de fazer dívida. E vamos precisar de ajuda internacional, porque não temos recursos suficientes no Tesouro", afirmou FHC.
Para o ex-presidente, a situação no mundo é negativa para o acesso a financiamento internacional, principalmente devido à posição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de "America First (Estados Unidos primeiro)."
"Se os americanos - e quando falo americanos estou falando também do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Bird (Banco Mundial) - não entrarem, a China vai ter de entrar", disse FHC.
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