Oito empresas mobilizaram suas costureiras para a produção das peças que serão repassadas a hospitais, Polícia Civil e asilos
As últimas semanas foram de incertezas para profissionais do comércio, por conta da pandemia de coronavírus. Porém, um grupo de empresárias do setor de moda deixaram as adversidades de lado e decidiram transformar o seu talento em solidariedade.
Elas estão à frente das marcas gaúchas Cris Winter Moda Casual, Divino Efeito, Julianna Fraccaro, La Gualdi Uniformes, Misses Memis, No Limit, Solaine Piccoli e Tout Moda Íntima e montaram uma verdadeira linha de produção com cerca de 18 costureiras para fabricar 22 mil máscaras hospitalares para doação. A iniciativa irá beneficiar os hospitais Conceição, Vila Nova, Instituto de Cardiologia, além da Polícia Civil de Canoas e asilos carentes.
O projeto surgiu através da empresária Silvia Dalmazzo Fortes, da Tout Moda Íntima, que foi responsável por convocar as demais colegas e então formar o grupo que está à frente da ação. “Já costumo fazer trabalho social com um grupo de amigas e uma delas, médica, me alertou sobre essa necessidade no hospital onde trabalha. A partir daí, comecei a espalhar a ideia e rapidamente fui atendida pelas meninas, então vi que era possível fazer acontecer”, conta a profissional.
Cris Winter foi uma das primeiras a integrar o grupo. “Assim que fiquei sabendo pela Silvia, me prontifiquei a participar. Nós temos conhecimento, fornecedores e mão de obra, então a ideia é ajudar. Não teria como ficar olhando a situação de braços cruzados, então resolvemos colocar a mão na massa”, declara.
Para Julianna Fraccaro, é gratificante participar da ação, sobretudo num momento em que como empresária, não vê as vendas como prioridade no momento. “Vamos entregar um produto de qualidade dentro das normas da Anvisa, garantindo responsabilidade social ao longo do processo. A máscara não é uma peça de moda, mas passa por todos os processos que temos em cada produto. É recompensador ver a nossa indústria sendo valorizada, pois estamos fazendo um item de necessidade e contribuindo de fato com quem está na linha de frente dessa batalha”, relata a empresária.
O escritório de advocacia Dias&Siqueira, de Canoas, fez a doação do TNT utilizado na fabricação das primeiras 22 mil máscaras. Para aumentar ainda mais a produção, adquirir elásticos e embalagens para o material pronto, além de realizar o pagamento das costureiras envolvidas, as empresárias organizaram uma Vakinha Online, para angariar doações. “Vai ser muito legal poder dar um retorno para as costureiras, que são as pessoas que de fato fazem a moda acontecer e vão ter sua renda comprometida nesse momento”, aponta Juliana.
Responsável pela formação da equipe envolvida, Silvia garante: o projeto será o pontapé inicial para outras ações. “Minha ideia é que nosso grupo seja mantido para que possamos trabalhar em muitas outras iniciativas sociais. Nestes momentos vemos que podemos fazer muito por outras pessoas”, enfatiza.
Correio do Povo
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