quarta-feira, 15 de abril de 2020

Juíza nega pedido de libertação sob fiança de ex-presidente da Conmebol

Paraguaio Juan Ángel Napout havia pedido para permanecer em prisão domiciliar durante processo de apelação

Napout  foi condenado a nove anos de prisão em agosto de 2018

Uma juíza de Nova Iorque rejeitou nesta terça-feira um pedido de libertação sob fiança feito pelo ex-presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o paraguaio Juan Ángel Napout, ao decidir sobre o recurso de sua sentença de nove anos de prisão. 
Napout, de 61 anos, havia pedido para permanecer em prisão domiciliar durante esse processo de apelação, argumentando os possíveis riscos à sua saúde ao permanecer em uma prisão de Miami durante a atual pandemia de Covid-19.
"O Tribunal não considera que as circunstâncias particulares do réu, em relação à pandemia da Covid-19, justifiquem sua libertação enquanto aguarda o recurso ou diminua o risco de fuga", disse a juíza federal do Brooklyn, Pamela Chen. 
Em 10 de abril, Chen já havia rejeitado a libertação do ex-presidente da Conmebol que seus advogados haviam solicitado por razões humanitárias após a pandemia, mas prometeu estudar uma eventual prisão domiciliar sob fiança, que acabou sendo negada na terça-feira.
"Pelas razões discutidas na audiência (10 de abril), o Tribunal considera que o acusado não demonstrou com 'evidência clara e convincente' de que 'não é provável que vá fugir", afirmou a juíza. 
"O Tribunal considera que o incentivo do réu para fugir agora é maior do que quando ele foi detido inicialmente, dado que o réu está preso há aproximadamente 28 meses e enfrenta a perspectiva de ter que voltar à prisão por mais cinco anos se sua apelação não tiver êxito", disse Chen, responsável pelo enorme caso de corrupção da Fifa apresentado em 2015 pelo governo dos Estados Unidos.
O tribunal enfatizou que nenhum caso de contágio foi relatado na prisão onde Napout cumpre pena e considera que o acusado está apenas em "risco ligeiramente maior" para o vírus em comparação com os presos mais jovens.
Preso na Suíça em dezembro de 2015, Napout se declarou inocente perante o tribunal de Nova York por aceitar propinas milionárias de empresas esportivas em troca de contratos, mas um júri popular o considerou culpado dois anos depois. Ele foi condenado a nove anos de prisão em agosto de 2018.
Em 30 de março, devido à pandemia, o juiz Chen concordou em libertar o ex-presidente da CBF, José María Marin, de 87 anos, por razões humanitárias, julgado no mesmo processo que Napout. A decisão fez com que Marin, condenado a quatro anos de prisão, cumprisse oito meses a menos da pena.

AFP e Correio do Povo



SAI MANDETTA, ENTRA TERRA?
O embate entre Luiz Henrique Mandetta e Jair Bolsonaro atingiu seu ponto mais crítico e o ministro pode ser demitido ainda nesta semana. Alinhado ao presidente nas críticas ao isolamento social, ao contrário do que defende o ainda titular da Saúde e a OMS, Osmar Terra segue sua articulação para ser o novo ocupante do cargo. Conselheiro de Bolsonaro na crise, o ex-ministro tem usado gráficos que apontam recuo de casos em outros países para provar sua tese de que o pico de transmissão no Brasil já passou – os números crescentes da doença por aqui indicam o contrário e Mandetta prevê maio e junho como os piores meses da epidemia. Terra tem o apoio dos filhos do presidente, mas enfrenta resistência da ala militar. Os próximos dias dirão se sua movimentação será bem-sucedida.
 

GOVERNADORES TESTAM POSITIVO
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou nas redes sociais que está com coronavírus. O estado é o segundo mais atingido pela doença no Brasil, atrás de São Paulo. Witzel relatou que teve febre, dor de garganta e perda do olfato. Membros do governo e políticos que tiveram contato com ele serão testados. Também pelas redes sociais, o governador do Pará, Helder Barbalho, foi outro a comunicar à população seu diagnóstico de Covid-19. O político não apresenta sintomas e realizou o exame após integrantes de sua equipe testarem positivo. Os dois governadores frisaram que o vírus pode infectar qualquer um e pediram: fiquem em casa.
 


204 MORTES EM UM DIA
O Brasil registrou novo recorde de mortes causadas pela Covid-19 em 24 horas: 204. O total de óbitos saltou para 1.532 em todo o território nacional. Além disso, são ao menos 25.262 casos confirmados da doença. O número real, porém, pode ser muito maior. Um estudo do núcleo que reúne pesquisadores da USP, Fiocruz, PUC-Rio, entre outros, estima que, por falta de testagem, apenas 8% das infecções foram notificadas – e o total de casos no país estaria acima de 235.000. Enquanto isso, a Itália iniciou uma retomada parcial das atividades. O confinamento da população segue em vigor, mas os primeiros passos para a reabertura são um bom sinal vindo do país que já foi o epicentro do coronavírus.


ESPERANÇA DE CURA
Relatório da OMS mostra que setenta vacinas contra a Covid-19 estão em desenvolvimento em todo o mundo – três delas já em fase de testes em humanos. A mais avançada até o momento é feita por uma empresa com sede em Hong Kong em parceria com o Instituto de Biotecnologia de Pequim. As outras foram produzidas separadamente por duas farmacêuticas americanas. A urgência provocada pela pandemia faz o progresso das vacinas contra o novo coronavírus ocorrer a uma velocidade sem precedentes na história. Normalmente, são necessários entre 10 e 15 anos para que um imunizante fique pronto. No caso da Covid-19, os cientistas esperam que esse prazo caia para um ano e meio.


O CRASH DO CORONAVÍRUS
O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o mundo passará por sua pior recessão desde a Grande Depressão  de 1929 por causa do novo coronavírus. O órgão projeta um encolhimento de 3% da economia mundial neste ano. Para o Brasil, o fundo estima retração de 5,3%. O patamar é o mesmo previsto pelo Banco Mundial (-5%). Por enquanto, o mercado financeiro brasileiro trabalha com um cenário menos pessimista, de queda de 2%. Caso a pandemia seja controlada no segundo semestre, o FMI projeta crescimento da economia em 2021: 5,8% na média global e 2,9% no Brasil. Tudo isso, claro, vai depender do comportamento do vírus e da eficácia das medidas contra ele.


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