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domingo, 19 de abril de 2020

Guedes está convencido que Maia trabalha para "explodir" as finanças do governo

Os dois não têm mais contato, como revelou o próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista

Guedes e Maia: ministro e deputado definiram como

A votação do projeto de socorro emergencial do governo a estados e municípios fez romper a relação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os dois não têm mais contato, como revelou o próprio presidente Jair Bolsonaro em entrevista, após a demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde. Guedes está convencido que Maia trabalha para "explodir" as finanças do governo e inviabilizar uma recuperação econômica do país numa articulação com os dois principais adversários do presidente: os governadores João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio de Janeiro).
A auxiliares e amigos, Guedes tem repetido nas últimas semanas que o governo não vai financiar o que chama de "farra eleitoral" com disfarce de combate à Covid-19. O ministro compartilha da visão do presidente, que, em entrevista, acusou Maia de querer dar um golpe político no governo ao colocar os governadores contra Bolsonaro e posar de "primeiro-ministro".
O presidente da Câmara, por outro lado, reclama que a equipe de Guedes se valeu de números "fakes" para impedir uma ajuda mais do que necessária aos governadores e prefeitos. Numa das últimas mensagens trocadas com Maia, o ministro mandou uma mensagem pelo celular acompanhada de artigo dos economistas Marcos Lisboa e Marcos Mendes alertando para o problema que a proposta de ajuda aos estados poderia gerar. A resposta do outro lado: "Está tudo tranquilo. Eu vou aprovar".
Guedes disse que não havia acordo. "Daqui não passo", declarou o ministro da Economia, que vem chamando o projeto da Câmara de "arrombamento geral da República". Mesmo com a articulação do governo, no Senado não houve acordo para votação essa semana, principalmente depois que 25 governadores pediram em carta que os senadores aprovassem integralmente o projeto.
Agência Estado e Correio do Povo

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