por Rikardy Tooge
Órgão recebeu outras queixas de profissionais que teriam exigido valor extra na hora da entrega de pedidos pagos online. Governo de SP vai pedir investigação policial.
Usuários do iFood e da Rappi têm acusado entregadores de praticarem golpes financeiros, com prejuízos acima dos R$ 1 mil. Um consumidor ouvido pelo G1 afirma que foi vítima da fraude na compra de um milkshake e perdeu mais de R$ 6 mil.
O Procon de São Paulo já notificou as duas empresas que lideram o segmento de delivery de comida por causa desta e de outras denúncias e promete pedir investigação policial. Rappi e iFood afirmaram que estão apurando os casos.
O iFood disse ao G1 neste sábado (25) que fará o reembolso para quem sofreu o golpe, desde que apresente o boletim ocorrência e o extrato bancário comprovando a fraude.
Já a Rappi diz que devolução dos valores deverá ser feita pela operadora do cartão de crédito ou débito, o que é contestado pelo Procon (leia mais abaixo).
Golpe da 'taxa extra'
Segundo a queixas recebidas pelo Procon-SP, o golpe funciona da seguinte forma: depois de o cliente fazer o pedido no aplicativo, uma pessoa telefona para a vítima se identificando como funcionária da empresa, dizendo que houve problema no pagamento do frete e que taxa deverá ser paga pessoalmente.
Quando o entregador chega, ele apresenta uma máquina de cartão com o visor danificado, o que impossibilita checar o valor cobrado. Nisso, é digitado um valor muito maior do que o anunciado e a vitima só descobre quando vê a fatura do cartão.
Rappi e iFood orientam que não entram em contato com os usuários por telefone, que não fazem cobrança extra pessoalmente para pagamentos feitos online.
Eles recomendam que os usuários sempre chequem o valor cobrado na máquina de cartão e que se recusem a pagar, caso não seja possível verificar.
O secretário especial de Defesa do Consumidor de São Paulo, Fernando Capez, afirmou que o Procon pedirá a abertura de inquérito policial no estado para investigar os profissionais denunciados por furto qualificado e organização criminosa.
Além disso, disse ele, as empresas serão alvo de um processo administrativo, que, se comprovar alguma irregularidade, poderá resultar em multas de até R$ 10,6 milhões, a depender do faturamento da companhia.
"Os consumidores lesados teriam entrado em contato com o serviço de atendimento do aplicativo, mas alegam que não tiveram uma solução definitiva", disse o Procon, que não informou o número de denúncias que recebeu sobre o caso.
Prejuízo de R$ 6 mil
O administrador Giovani de Brito Junior, de 36 anos, afirma que foi vítima do golpe e que o prejuízo dele foi de R$ 6.004,99. O caso ocorreu na noite do último dia 13, quando ele pediu um milkshake em uma lanchonete localizada na Avenida Paulista, em São Paulo.
Após realizar o pedido pelo app do iFood, Giovani afirma que recebeu um telefonema de uma pessoa que se identificava como funcionária da empresa, "dizendo que houve problema com o pagamento online da minha taxa de entrega e que eu teria que pagar mais entrega, mas que teria o reembolso no cartão".
Fonte: G1 - 27/04/2020 e SOS Consumidor
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