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quinta-feira, 2 de abril de 2020

Federasul e Famurs divergem sobre novo decreto que restringe atuação do comércio no RS

Segundo restrições, que valem até 15 de abril, apenas serviços essenciais podem operar

Novo decreto foi anunciado pelo governador Eduardo Leite
Novo decreto foi anunciado pelo governador Eduardo Leite 
O novo decreto anunciado pelo governador Eduardo Leite, restringindo o funcionamento do comércio, até 15 de abril, em todo o Rio Grande do Sul, a fim de atenuar o contágio pelo coronavírus, provocou reações distintas entre prefeitos e empresários, nesta quarta-feira.
Desde essa manhã, apenas segmentos considerados essenciais seguem autorizados a operar, como unidades de saúde, supermercados, farmácias, indústrias, construção civil e determinados fornecedores, por exemplo.
Se por um lado, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) classificou a decisão como “equivocada”, a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs) externou “felicidade” com o regramento, que evita flexibilizações, dependendo da cidade.
Desde a semana passada, a Famurs exigia uma medida mais enérgica, com validade em todo o território gaúcho. Até então, o governador mantinha a opção de deixar a cargo dos prefeitos a definição sobre quais serviços essenciais manter em funcionamento.
O novo decreto, embasado em estudos científicos e sanitários, reforça a importância do isolamento social como ferramenta para evitar a propagação da doença.
“Estamos felizes com o resultado adotado pelo governador e esperamos que o decreto reflita na área da saúde para que possamos salvar vidas. É claro que o governador deve sofrer pressão do setor produtivo, mas entendo que ele tomou esse posicionamento ouvindo a sua equipe de saúde, que está acompanhando a pandemia com base em dados técnicos e científicos”, destacou o presidente da Farmus, Dudu Freire, que governa Palmeira das Missões.
Em contrapartida, o vice-presidente da Federasul, Anderson Cardoso, criticou o decreto uniforme, dizendo se tratar de uma decisão “equivocada”. “Se a iniciativa privada parar, amanhã, o poder público vai ter dificuldades para pagar o salário do funcionalismo público. Não existem apenas duas posições, ‘de abre ou fecha tudo’. Onde está o meio termo?”, questionou.
Em meio ao impasse, Cardoso adiantou que argumentos médicos poderão ser apresentados ao Palácio Piratini para indicar que outros estabelecimentos também podem operar, sem o risco de propagação do contágio. O vice-presidente da entidade estima, ainda, que caso a situação não se reverta, prefeitos possam procurar o Judiciário a fim de flexibilizar o funcionamento comercial nas cidades.
Os representantes da Famurs e da Federasul falaram para o Esfera Pública desta quarta-feira. Em um ponto, Freire e Cardoso convergem. Para ambos, há inércia do governo federal em auxiliar estados e municípios em meio à crise.

Rádio Guaíba e Correio do Povo

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