Instituição atende 180 crianças e jovens de 0 a 21 anos que, por conta de deficiências neurológicas, podem apresentar problemas respiratórios e integrar grupo de risco
Correio do Povo
Em seus dias normais de funcionamento, o Educandário São João Batista atende 180 pacientes de 0 a 21 anos, com algum tipo de deficiência física ou cognitiva. No entanto, o cenário foi modificado pela pandemia de coronavírus. Desde o dia 18 de março, o Educandário suspendeu as atividades por tempo indeterminado. No entanto, os pacientes continuam necessitando dos serviços, que funcionam em duas modalidades: a escola especial de Ensino Fundamental, e o Centro de Reabilitação. No último, encontram-se os profissionais divididos entre fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e serviço social, todos envolvidos no atendimento no dia a dia, de segunda a sexta-feira, tanto na manhã quanto na tarde.
Para tentar contornar o problema, o setor de fisioterapia, seguindo o Conselho Nacional da categoria, que orientou por meio de nota a continuidade das atividades por meio de vídeo, viabilizou os atendimentos por videoconferência para os pacientes. Uma das responsáveis pela implementação foi a coordenadora do setor de fisioterapia da instituição, Paula Cristina Vidal. “Lancei a ideia, e as famílias aprovaram. Estamos tentando alcançar o maior número possível de atendimentos, com boa aceitabilidade. A Escola toda está muito engajada”, comemorou.
Ela explica que foi criado um grupo no Facebook, com todas as orientações e vídeos. A especialista dividiu as famílias conforme a possibilidade de acesso de cada um às tecnologias, levando em conta que, muitas vezes, tratam-se de famílias mais humildes.
Assim, as alternativas para a comunicação vão desde videochamadas de 30 a 40 minutos, com orientações específicas; a gravação de vídeos gerais, com exercícios e alongamentos variados que podem ser aplicados, além de específicos para determinados pacientes; e, por fim, o recurso de áudio do WhatsApp.
Ela explica que, por serem pacientes que normalmente realizam o atendimento semanal regular juntamente com a família, o contato e a convivência ajudam na hora de passar os exercícios para os pais e responsáveis em casa. “Eles já têm o costume de dar continuidade ao tratamento em casa. Isso facilita”, comenta.
Ela reconhece que a fisioterapia à distância não é ideal, pela ausência de formação dos pais. No entanto, frisa que, neste momento, o mais importante é não deixar as famílais desassistidas, já que é fundamental que o paciente com doença neurológica e comorbidade respiratória mantenha o isolamento social. “Nessas horas, é como se a família fosse as nossas mãos”, ressaltou.
A importância para as famílias
As famílias comemoram a manutenção das atividades do Educandário mesmo que de forma virtual. Exemplos são Carine Mallet, de Eldorado do Sul, e o filho Lucas, de 14 anos, paciente da instituição há oito, e que sofre de paralisia cerebral. Na visão de Carine, a continuidade dos exercícios propostos pelos terapeutas está sendo muito importante, por conta da manutenção e cuidado com a vida dos filhos, amigos e familiares. Ela destacou, ainda, que espera que todos consigam vencer “com força e fé” esta etapa. “Será um dia de festa quando nos reunirmos novamente”, projetou.
O sucesso da medida, inclusive, motivou outros setores. Na última semana, além da fisioterapia, que já estava ocorrendo com atendimento online, os setores de fonoaudiologia, psicologia e terapia ocupacional também iniciaram teleatendimentos.
Doações
O Educandário São João Batista sobrevive em grande parte por doações. “As portas estão fechadas, mas o trabalho continua. Cada um na sua casa, mas oferecendo os melhores recuros para as famílias realizarem suas terapias em casa”, detalhou a coordenadora.
Para contribuir com o Educandário, algumas alternativas são possíveis. Entre elas, uma “vaquinha online”, que pode ser acessada por este link, após preenchimento dos dados, via boleto ou cartão de crédito. Ou, ainda, por meio de doações, através das contas bancárias abaixo:
Correio do Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário