sábado, 4 de abril de 2020

Decreto em Novo Hamburgo (RS) amplia isolamento até 30 de abril

Medida será publicada neste sábado

Restrições já atingem os supermercados do município


A Prefeitura de Novo Hamburgo publica neste sábado um novo decreto, mantendo a declaração de calamidade pública na cidade e ampliando medidas de isolamento social até o dia 30 de abril. “Achamos fundamental detalhar quais tipos de estabelecimentos podem operar e de que forma eles podem”, explica a prefeita Fátima Daudt, destacando que uma das preocupações foi não permitir que o regramento municipal contrariasse quaisquer determinações dos governos do Estado e do País. 
 
As aulas em todas as redes de ensino, por exemplo, seguem suspensas até o final do mês. Além disso, o novo decreto dá especial atenção a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, que compõem o principal grupo de risco ao coronavírus. O documento impõe, por exemplo, a definição de horário específico de atendimento a esta faixa etária em estabelecimentos permitidos de operar, além de cuidados relacionados ao transporte público. 
 
O decreto ainda prevê abordagem de pessoas acima de 60 anos nas ruas para orientá-las ao isolamento domiciliar. “Com isso, achamos que não foi necessário suspender o passe livre de idosos, nossa ideia inicial, já que eles precisam da gratuidade para necessidades, inclusive de saúde”, justifica a prefeita.  
 
O comércio segue proibido de abrir, mas o novo decreto elenca quais atividades são consideradas essenciais e que podem funcionar, desde que adotem medidas de prevenção relacionadas no decreto, tanto na circulação de trabalhadores e clientes quanto na higienização e oferta de álcool gel. 
 
Alguns hipermercados já restrigiram o número de pessoas que circulam entre os corredores, o que tem gerado filas nas entradas dos locais mas evita ainda mais aglomerações. O decreto também proíbe a prática de elevação excessiva de preços, além da obrigatoriedade em limitar quantidades de bens essenciais à saúde, higiene e alimentação sempre que necessário. Há, inclusive, atenção aos trabalhadores, determinando às empresas medidas como distanciamento entre os funcionários e que funcionários com mais de 60 anos sejam liberados para trabalhar remotamente.
 
O atendimento presencial segue suspenso nas repartições da administração pública direta e indireta, salvo serviços considerados essenciais. Já o expediente dos servidores se mantém em turno único de seis horas diárias, das 12 horas às 18 horas, podendo a Prefeitura remanejar servidores entre as secretarias, ainda que para funções diversas das exercidas. “As medidas podem ser reavaliadas a qualquer momento, dependendo sempre do comportamento da pandemia”, conclui a prefeita, lembrando que o foco e a principal preocupação segue sendo a vida e a saúde dos moradores.

Correio do Povo


VEJA TRAZ AS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE O IMPACTO DA PANDEMIA NO BRASIL E NO MUNDO

NÃO É UMA ‘GRIPEZINHA’
Em meio a estatísticas frias, pode ser fácil de ignorar o lado humano dos números em meio à pandemia. Na edição desta semana, VEJA mostra o drama das vítimas brasileiras da Covid-19. A infecção tem se mostrado uma ameaça até para pessoas fora dos chamados grupos de risco, como os idosos e doentes, caso do advogado Maurício Suzuki, de 26 anos, que faleceu no último dia 28.
Além disso, com a indicação sobre a importância de ficar em casa para evitar a contaminação, muita gente se pergunta quanto tempo deve durar ainda o isolamento. Especialistas consultados  pela revista falaram sobre o tema que aflige boa parte da população mundial. Não há, evidentemente, uma resposta única. Entretanto, predições científicas e matemáticas indicam pelo menos mais um mês de enclausuramento. Seria plausível, portanto, o restabelecimento da normalidade a partir do fim de maio, início de junho. Mas não para todos ao mesmo tempo. 
 


PLANO DE GUERRA
Em um momento de crise histórico, o governo brasileiro deve criar um plano de guerra para não deixar a economia afundar. Nesta sexta, por exemplo, o dólar chegou a bater os 5,32 reais, enquanto a Bolsa enfrenta oscilações desanimadoras diariamente. É preciso, então, planejar soluções com efeito em curto, médio e longo prazo — para trabalhadores e empresas de todos os tamanho e setores.
A pandemia tem demonstrado que as economias modernas devem ter condições de se ajustar a uma nova realidade praticamente da noite para o dia. O caso é sério e demanda um plano mais parrudo rapidamente. Na avaliação que o próprio Guedes tem feito, o Brasil ainda resiste à quarentena durante abril e maio. Depois desse período, as consequências poderão ser incontornáveis.


OS EQUÍVOCOS DE BOLSONARO
O presidente tem mostrado uma postura bastante errática e equivocada no modo com que lida com a pandemia e seus adversários políticos. Teorias lunáticas, intrigas, paranoia e doses de populismo eleitoral o miniaturizam e diminuem o país aos olhos do mundo. Ao distorcer as palavras do diretor-geral da OMS e compartilhar versões deturpadas de fatos sobre a Covid-19, Bolsonaro acabou, por exemplo, ganhando as páginas da revista inglesa The Economist, que chamou-o de “Bolsonero”, numa referência ao tirano imperador romano Nero.
Suas rusgas com Henrique Mandetta também não ajudam no panorama. Durante uma ligação nesta semana, o presidente teria dito ao ministro da Saúde que ele deveria pedir demissão e deixar o governo. Mandetta rebateu de pronto: “O senhor que me demita, presidente”.


MILITARES EM ALERTA
Já há mais de 20.000 soldados ajudando no combate à Covid-19. Além da descontaminação de rodoviárias, metrôs e hospitais, as Forças Armadas atuam na distribuição de medicamentos, no deslocamento de pacientes e na montagem de hospitais de campanha. Mas cerca de 400.000 militares também se preparam para atuar em outra frente , para “indisciplina social”, caso a propagação da doença descambe para situações extremadas impulsionadas pelo desemprego e pelo crescimento da pobreza.


LIBIDO CONFINADA
Com solteiros receosos de se relacionar com desconhecidos e casados estressados pela convivência, a pandemia atingiu em cheio a vida (e a libido) de todos. Diante dos infortúnios dos solteiros, surgiram memes e piadas na internet sobre uma suposta vingança dos casados — agora, só eles desfrutariam uma vida sexual ativa. Não é bem assim.
As cidades de Xiam e Xangai viram explodir os divórcios no começo de março, quando as regras de restrições ficaram mais frouxas: um aumento de 25% em relação aos tempos pré-coronavírus. “A convivência extrema pode causar a saturação. Maridos e mulheres correm o risco de perceber que os laços que os uniam são frágeis”, diz o psicanalista Pedro de Santi. O contrário também pode acontecer. “Na dor do confinamento, há quem descubra novos valores na pessoa com quem divide a cama.” 

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