por Maria Inês Dolci
Já nas nas redes sociais, imperam notícias falsas relacionada à política e ao coronavírus
Golpistas não livram a cara de ninguém, mesmo nesta dura fase de nossas vidas. Há de tudo nos atos destes coronas do crime: reciclagem de golpes antigos, como o do motoboy (cujo nome ofende profissionais que se arriscam para nos entregar todo o tipo de produto); email marketing de vitaminas e suplementos para ‘reforçar a imunidade’; pessoas que tentam invadir prédios sob o disfarce de agentes que fazem exames da Covid-19.
O golpe do motoboy, para quem não se lembra, começa com o ‘aviso’ de que clonaram nosso cartão de crédito. A partir daí, pedem que entreguemos senhas e até chip do celular para um entregador retirar.
Outro engodo delivery, digamos, ocorre depois de pagarmos a entrega do produto solicitado, na entrada do prédio ou de casa. A alegação é que faltou alguma taxa. O golpista, então, digita um valor bem elevado, em uma maquininha com o visor danificado.
Mas há mais: recebi, há alguns dias, ligação atribuída ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), para me oferecer cartão de crédito. Não era, obviamente, do INSS, e sim uma tentativa de negócio, na melhor das hipóteses.
Em alguns casos, não são mutretas, mas ações que invadem nosso confinamento. O telefone fixo, para o qual raramente havia ligações, agora toca várias vezes ao dia, com ofertas de planos funerários, vitaminas e de centro médicos para consultas e exames avulsos.
Há várias razões para termos muito mais cuidado atualmente para não cair nestas esparrelas. Principalmente porque ficamos muito mais tempo conectados. Em isolamento social, o home office se mistura ao lazer e à troca de mensagens.
Além disso, ficamos mais carentes em um período em que uma doença ceifa as vidas de milhares de pessoas, e isso às vezes nos torna menos atentos às mensagens recebidas.
Nas redes sociais há muitas notícias falsas, a maioria relacionada à política e ao coronavírus. Diariamente, lemos dezenas ou centenas de mensagens.
A propósito, o WhatsApp tem publicado anúncio sobre como se proteger de golpes no ... WhatsApp. As dicas foram: não compartilhar o código de ativação; ativar a confirmação em duas etapas; não instalar apps de terceiros nem compartilhar informações pessoais, e desconfiar de ligações de empresas se o atendente for muito informal.
O alerta tem razão de ser. Até a semana passada, uma falsa oferta de cerveja Heineken chegou a quase 160 mil pessoas. A isca era um falso “prêmio” de quatro barris de cerveja para ficar em casa durante a pandemia. Após responder a diversas perguntas inofensivas, as pessoas tinham de compartilhar a promoção com 10 contatos ou grupos, para ganhar o brinde. Ao fazer isso, na verdade, abriam o canal para que os criminosos enviassem notificações e links maliciosos.
Sempre é bom lembrar que, até agora, não há vacina e nem remédio para combater os efeitos da Covid-19. As doações, que têm sido muito importantes para os mais necessitados, destinam-se aos segmentos mais frágeis socialmente. Não há doações de cerveja, vinho ou chocolates para pessoas de classe média.
Só doe a instituições reconhecidas e respeitadas. Os contatos são divulgados em matérias de veículos de comunicação sérios ou em sites como o da Prefeitura de São Paulo, dentre outros.
Itens importantes para a proteção individual e coletiva, que ajudam a evitar o contágio pelo coronavírus, como álcool em gel, não devem ser comprados se não houver confiança no vendedor. Já houve muitos casos de falsificação do produto.
Máscaras para o público em geral, porém, que não têm o mesmo nível de exigência das cirúrgicas —estas sim, utilizadas por médicos, enfermeiros e outros profissionais em contato direto com pessoas infectadas—, podem ser compradas a partir de indicações de amigos e vizinhos. Com isso, além de se proteger, você estará ajudando costureiras e outros profissionais que encontraram uma forma de sobreviver e de ser úteis em plena pandemia.
Atenção: geralmente, prefeituras e governos estaduais não costumam enviar agentes às residências para nos vacinar contra a gripe ou colher exames que identifiquem a Covid-19. Se alguém se apresentar desta forma, entre em contato com a repartição para a qual ele alegue trabalhar.
Questionários sobre a doença são feitos pela Internet ou por telefone, mas não solicitam informações sigilosas, como dados bancários e financeiros dos cidadãos.
Fonte: Folha Online - 22/04/2020 e SOS Consumidor
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