sexta-feira, 24 de abril de 2020

Chefe da PF é exonerado na madrugada. Moro fica no cargo?

A dúvida sobre a permanência do ministro Sergio Moro deve ser novamente o assunto do dia nos mercados, após demissão do chefe da Polícia Federal. A Desperta destaca ainda a reabertura controversa na Geórgia e o começo da temporada de balanços do primeiro trimestre no Brasil. Boa leitura.
Sergio Moro: possibilidade de saída do ministro intensificou baixas do Ibovespa, que caiu 1,26% no pregão de quinta-feira, 23 | REUTERS/Adriano Machado
1 - E AGORA, MORO? 
O presidente Jair Bolsonaro oficializou nesta sexta-feira, 24, a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, nome de confiança do ministro Sergio Moro. A possibilidade de sua demissão dominou o noticiário, ontem, e fez com que Moro estudasse também ele deixar o cargo. Este deve ser o grande tema desta sexta-feira. Moro, principal nome da Operação Lava-Jato no imaginário popular, é o ministro mais popular do governo. O que pode pesar para sua permanência é a escolha de um nome técnico para a função, mas há opções de todos os gostos na mesa. A escolha deve ajudar a definir o futuro do governo Bolsonaro, em transformação em meio à pandemia do coronavírus. O presidente acredita ter ganho musculatura política com a pandemia, ainda que as últimas pesquisas de opinião mostraram a popularidade do presidente pela primeira vez abaixo dos 30%. A possibilidade de saída de Moro intensificou as baixas no Ibovespa, que terminou o pregão de quinta-feira, 23, em queda de 1,26%.
2 - A HORA DA VERDADE
As companhias de capital aberto no Brasil começam nesta sexta-feira, 24, a publicar suas demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre de 2020. Os resultados mostrarão como o novo coronavírus está afetando as empresas, mas ainda sem muita clareza. “Vai ser uma fotografia velha que não mostra muito a realidade”, afirma Alvaro Bandeira, economista do Banco Modal. Por enquanto, os economistas recomendam que os investidores fiquem atentos aos dados de endividamento e caixa. Gabriel Ribeiro, analista da Necton, prevê uma queda média das receitas de 50% a 60% em março. As companhias aéreas devem apresentar seus piores resultados trimestrais da história, assim com setores do varejo altamente dependentes de lojas físicas. Setores como comércio eletrônico, supermercados e farmácias devem mostrar resultados mais positivos. Mineração e siderurgia podem ser beneficiados com investimentos em infraestrutura da China. 
3 - GEORGIA CONTRARIA TRUMP
O debate em torno da reabertura da economia ganha novo capítulo nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira, 24, o estado da Geórgia será um dos primeiros a autorizar a volta de parte do comércio. Mas a medida tomada pelo governador republicano, Brian Kemp, foi questionada até mesmo pelo aliado Donald Trump. A Casa Branca vem recomendando que estados reabram somente quando houver queda no número de casos. A Geórgia é o 11º estado americano com mais casos (20.000 casos confirmados e 862 mortes) e também faz poucos testes: de 50 estados, é o 42 em número de testes per capita. Os EUA têm até agora mais de 875.000 casos e mais de 49.600 mortes. A pressão pela reabertura se intensifica com projeções de que o desemprego já esteja em 20%. Foram 4,4 milhões de pedidos de auxílio desemprego na semana passada, segundo novos dados de quinta-feira, 23. Ao todo, nas últimas cinco semanas, são 26,5 milhões de novos desempregados no país.
4 - REUNIÃO DO PRÓ-BRASIL
O Pró-Brasil, plano de recuperação econômica apresentado nesta semana por parte do governo, deve ter nesta sexta-feira, 24, sua reunião inaugural. O pacote prevê aportes públicos de 30 bilhões de reais em obras de infraestrutura por dois anos. O fato de as informações sobre o projeto serem vagas — o plano concreto só deve sair em setembro — e de não haver nenhum integrante da equipe econômica na hora do anúncio passou imagem de discordância. A ala militar do governo estaria insatisfeita com os resultados das privatizações prometidas pelo secretário Salim Mattar e consideram que o Brasil precisa de novo plano. Braga Neto, da Casa Civil, nega discordâncias e diz que o Ministério da Economia participou das conversas. O projeto foi apelidado de Plano Marshall, programa norte-americano de reconstrução dos países aliados depois da Segunda Guerra. No caminho para a recuperação econômica, a instabilidade política pode ser um desafio extra. 
5 - RAMADÃ EM CONFINAMENTO
O mês sagrado do Ramadã, que começa nesta sexta-feira, 24, na maioria dos países árabes, será bem diferente neste ano. Pela primeira vez na história, os muçulmanos não poderão fazer suas preces nas mesquitas. As duas mesquitas nas cidades de Meca e Medina, as mais importantes do mundo islâmico, estarão fechadas. No Egito, todas as 100.000 mesquitas do país trancaram as portas. Com a preocupação de manter a imunidade alta, alguns médicos estão aconselhando as pessoas a flexibilizar até mesmo o tradicional jejum diurno. O jantar, chamado de iftar, com a presença de amigos e familiares, também terá desta vez cada um na sua casa, sem visitas. Apesar dos poucos casos confirmados, há temor de uma alta subnotificação no mundo árabe — a Arábia Saudita tem mais de 13.900 casos confirmados, o Egito, mais de 3.800 e o Líbano, 688. 
A GRANDE GUERRA DO E-COMMERCE
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Sobre o que as pessoas estão falando entre reuniões
 
TESTES NA ARGENTINA
A Argentina vai começar a testar pessoas no metrô antes de definir os próximos passos de retomada. Cerca de 90% do país está em isolamento (no Brasil, a taxa gira em torno de 50%). Com 44 milhões de habitantes, a Argentina tem menos de 4.000 casos. 
ENERGIA RENOVÁVEL
A anglo-holandesa Shell começou a desenvolver um projeto para um complexo de energia solar em Minas Gerais, no que poderia se tornar o primeiro investimento direto da petroleira em geração renovável no Brasil.
PARA LER JUNTO
No Dia Mundial do Livro, neste 23 de abril, Sofia Esteves, presidente da Cia de Talentos, compilou uma lista de seis livros que podem ser lidos em um clube do livro com liderados e mentores (duas obras são dica do treinador Bernardinho). 
DELIVERY DE TUDO
De pipoca de cinema a sorvete, produtos antes pouco pedidos online estão ganhando os consumidores. A EXAME listou algumas entregas disponíveis que “você nunca pensou em pedir”. 

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O consumo e o setor de beleza em tempos de crise

17h - João Amoedo, ex-executivo do mercado financeiro, fundador do partido Novo e candidato à presidência nas eleições de 2018, e Neca Setubal, socióloga e executiva
Iniciativas do setor privado para combater os impactos do coronavírus

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A pandemia do novo coronavírus e o isolamento social forçado que colocou em casa mais de um terço da população mundial levou às empresas a procurar novas formas de fazer negócios. Mesmo as organizações que já estavam mais adiantadas em sua digitalização não escaparam de transformações brutas. A imagem abaixo, que circulou nas redes sociais (sem autor definido), faz uma brincadeira com esse processo: “Quem liderou a transformação digital da sua empresa?” Na edição desta quinzena da EXAME, a reportagem de capa mostra como essas mudanças atingiram, por exemplo, o varejo, e levaram empresas como Mercado Livre, Magazine Luiza, Carrefour e GPA travam a uma batalha pela despensa do consumidor. Leia aqui
"Quem liderou a transformação digital da sua empresa?": pandemia levou a novas formas de vender e trabalhar em empresas de todo o mundo

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