Diz o manual do bom gestor que os elogios são feitos em público e as críticas, em particular. Infelizmente, não é o que vem ocorrendo com o presidente Jair Bolsonaro em sua relação com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A origem do choque está na divergência sobre a melhor forma de lidar com a pandemia do coronavírus, especialmente no que diz respeito ao isolamento e à reabertura dos negócios. Quem afirmava que as discordâncias entre ambos eram uma invenção da imprensa para enfraquecer o governo teve de ouvir Bolsonaro dizer, na última quinta-feira, em entrevista à rádio Jovem Pan, que “Mandetta já sabe que estamos nos bicando há algum tempo”, que “em algum momento ele extrapolou” e que “está faltando um pouco mais de humildade” ao ministro. No domingo, o presidente voltou a falar de pessoas em seu governo que “estão se achando” e “viraram estrelas”, mas foi além. Em uma verdadeira ameaça velada, acrescentou que “vai chegar a hora deles”, ou seja: em vez de resolver definitivamente o que parece ser um problema óbvio, o presidente prefere manter no governo quem lhe causa transtornos, contando com um acerto de contas futuro. Bolsonaro não citou nomes, mas, dado todo o contexto, não é absurdo supor que ele estivesse se referindo ao ministro da Saúde.
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