domingo, 5 de abril de 2020

Argentina bloqueia mil respiradores comprados pelo Ministério da Saúde

Expectativa é de que os produtos sejam entregues em várias parcelas durante 90 dias

Respiradores solicitados pelo Brasil foram bloqueados na Argentina


O governo da Argentina bloqueou a exportação de 1 mil respiradores pulmonares comprados pelo Brasil para instalação em leitos de UTI nos estados para combate ao novo coronavírus, disse neste sábado, 4, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo. "Argentina fez o que também fizemos (bloquear exportações). Não é uma crítica. Fechou porque ela vai precisar", disse Gabbardo. Segundo o secretário, uma empresa contratada pelo Brasil para trazer estes equipamentos agora busca novos fornecedores. O Ministério da Saúde promete a instalação e o custeio de 2 mil leitos de UTI nos Estados. Já foram enviados kits para montar 540. 
Cada unidade da federação escolhe onde instalar esses leitos com os produtos enviados pelo governo federal. Gabbardo lembrou que o Brasil também está controlando a exportação de insumos usados contra a Covid-19, além de determinar que a produção nacional seja direcionada ao governo. Segundo o secretário, o governo contratou a produção de 17 mil respiradores com a indústria nacional. A expectativa é de que os produtos sejam entregues em várias parcelas durante 90 dias. Além destes, há um contrato de R$ 1,01 bilhão para compra de 15 mil respiradores com uma empresa de Macau, uma região administrativa da China. Gabbardo disse que os respiradores devem ser entregues de forma fracionada daqui a 15 dias. 
Os respiradores são essenciais para tratar casos graves da Covid-19. O Brasil tem 65.411 respiradores nos hospitais públicos e privados, dos quais 61.772 estão em uso e o restante, parado. A corrida global por equipamentos para a saúde tem feito o SUS perder contratos que estavam fechados para a compra destes produtos. Uma compra de 600 respiradores para estados do Nordeste, assinada pela Bahia, está retida nos EUA. O governo do Maranhão também perdeu contratos e afirma que, por ora, desistiu de tentar trazer produtos da China, como revelou o jornal O Estadão de S. Paulo.

Agência Estado e Correio do Povo

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