quinta-feira, 23 de abril de 2020

Após bater recorde pela manhã, dólar fecha a R$ 5,40

B3 teve dia de ganhos e terminou com alta de 2,17%, aos 80.687,15 pontos

Na máxima nominal, quando não se desconta a inflação, moeda era cotada a R$ 5,41

A moeda norte-americana voltou a ter nova escalada nesta quarta-feira e fechou a R$5,40, com alta de 1,90%, após bater um novo recorde pela manhã. Já a  Bolsa de Valores de São Paulo abriu as negociações em forte alta e retornou ao patamar dos 80 mil pontos. Como resultado, a B3 fechou com alta de 2,17%, aos 80.687,15 pontos.
Uma alta já era esperada na última segunda-feira, antes do feriado, quando a moeda fechou em alta de em alta de 1,35%, cotada a R$ 5,30. Nesta quarta, o dólar já iniciou o pregão em alta de 0,2%, cotado a R$ 5,31. Momentos após, ele atingiu a máxima nominal - quando não se desconta a inflação -, de R$ 5,41. Nesse cenário, o movimento de apreciação também alcançou o euro, que bateu novo recorde nominal ao alcançar R$ 5,85.
A alta das moedas na sessão desta quarta-feira, pode ser vista como uma consequência direta da queda nos preços do petróleo. Elas ainda não haviam sido sentidas, pois o mercado brasileiro seguia no ritmo do feriado prolongado de Tiradentes, na última terça-feira. Foi somente nesta quarta, que os investidores conseguiram precificar o tamanho das perdas. 
Além desses fatores, é importante acrescentar que as incertezas perante as consequências para a economia do  novo coronavírus, causador da Covid-19, tem deixado os investidores em alerta - o que os leva a investir em ativos que sejam mais seguros. Isso leva a um aumento na procura do dólar e sua consequente diminuição no mercado, aumentando os preços.
No entanto, mesmo com a escalada, o mercado conseguiu recuperar as perdas dos últimos pregões nesta quarta. A Bolsa já abriu em alta pela manhã, aos 78.064,86 pontos - na máxima do dia, ela subia aos 81.200,52 pontos. Vale lembrar que na última segunda, o Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, fechou aos 78,9 mil pontos, uma queda leve de 0,02% .

​Petróleo 

Desde o começo da crise do novo coronavírus, um choque de demanda começou a pressionar os preços do  petróleo. As produções caíram e os carros quase não circulam, ou seja, há um menor consumo de combustível. Como consequência, os estoques se acumulam e os preços caem, já que o ativo se desvaloriza.
Vale lembrar que na última segunda, o WTI para maio, cujos contratos expiraram já na última terça-feira foram negociados a US$ 37,63 negativo - uma queda superior a 300%. Foi a primeira vez que o barril chegou a ser negociado em terreno negativo, o que significa que os fornecedores estão sendo pagos para ficar com o ativo.
Após as quedas dos últimos dias, o WTI para junho, referência no mercado americano, sobe 19% nesta quarta, a US$ 13,78 o barril. Já o Brent para junho, referência no mercado europeu, também tem um leve movimento de alta e avança 5,4%, a US$ 20,4 o barril. O resultado traz alívio, já que pela manhã, o ativo registrava tombo superior a 15%, caindo à cotação mais baixa desde 1999. 

Mercados internacionais

Os mercados da Ásia  tiveram um dia de ganhos modestos nesta quarta. Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,60% nesta quarta, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,05%. Em outras partes do continente o sul-coreano Kospi se valorizou 0,89% em Seul, enquanto o Hang Seng subiu 0,42% em Hong Kong e o Taiex registrou modesto ganho de 0,19% em Taiwan.
Na Coreia do Sul, a Bolsa se recuperou no fim da sessão, depois de o governo anunciar um novo pacote fiscal com o objetivo de aliviar os danos ligados ao coronavírus. Por outro lado, o japonês Nikkei caiu 0,74% em  Tóquio. Já na Oceania, o mercado australiano ficou praticamente estável, com o S&P/ASX 200 fechando em queda de 0,10 ponto em Sydney.
Agência Estado e Correio do Povo


Faltam recursos contra a crise no Brasil


A quinta-feira traz uma nova leva de dados de auxílio desemprego nos EUA e desavenças na Europa sobre o pacote econômico para a retomada. No Brasil, a Desperta destaca o plano de infraestrutura apresentado pelo governo federal e o adiamento no pagamento de parte do auxílio de 600 reais. Confira também a nova edição da revista, já disponível em todas as plataformas. Boa leitura!
Tarcisio Freitas, ministro da Infraestrutura: programa Pró-Brasil foi apresentado sem membros do ministério da Economia | REUTERS/Ueslei Marcelino
1 - FALTAM RECURSOS 
A quinta-feira, 23, era para ser de alívio para uma parcela de até 43 milhões de brasileiros que começariam a receber hoje a segunda parcela do auxílio emergencial de 600 reais pagos pela Caixa. O dinheiro é parte do pacote de auxílio do governo aos mais atingidos pela crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus. Mas na noite de ontem o Ministério da Cidadania informou que faltam recursos no orçamento para pagar o benefício, previsto inicialmente para o dia 27 de abril. O vaivém é um reflexo de dois contratempos que têm, segundo especialistas, marcado as respostas do governo federal à pandemia. Faltam recursos e sobra divisão interna. Ontem, uma entrevista chamada pelos ministérios da Casa Civil e da Infraestrutura anunciou o programa Pró-Brasil, com investimentos de até 30 bilhões de reais do governo em grandes obras até 2022. Os recursos viriam, num primeiro momento, do caixa do Tesouro. Chamou atenção o fato de nenhum representante da equipe econômica estar presente. Salim Mattar, secretário de desestatização, afirmou em outra entrevista que faltam recursos para o que chamou de Plano Marshall (e que adversários do governo chamam de Novo PAC). 
2 - O CAOS NO AMAZONAS
O colapso da saúde pública no estado do Amazonas será discutido nesta quinta-feira, 23, em reunião especial na Câmara dos Deputados. O Amazonas já tem mais de 2.270 casos confirmados de coronavírus. São mais de 500 infectados para cada 1 milhão de moradores, o índice mais alto do país. Em Manaus, a prefeitura teve que abrir valas coletivas para enterrar os mortos, e o total de óbitos passa de 200. Mesmo antes do início da pandemia, o Hospital 28 de Agosto já vinha sofrendo com superlotação e falta de remédios. O temor é de que haja também uma alta subnotificação em toda a região. A região Norte tem 10% do total de casos de covid-19, o segundo índice mais baixo do país depois do Sul (7,2% dos casos). No Pará, que tem oficialmente 900 casos, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que as UTIs já estão saturadas na capital Belém. 
3 - A BUSCA POR EMPREGOS
Depois de passar pelo Senado dos Estados Unidos, o pacote de estímulo de 483 bilhões de dólares para pequenos negócios deve ser votado na Câmara nesta quinta-feira, 23. O plano inclui dinheiro para pagamento de salários e um fundo de empréstimos emergenciais. Mais de 100 bilhões também serão destinados a hospitais e testes para covid-19. Este será o quarto pacote econômico aprovado pelo Congresso americano em resposta à pandemia, somando mais de 2 trilhões de dólares. No fim de março, o Congresso já havia aprovado financiamento de 350 bilhões de dólares para PMEs, esgotado em duas semanas — o pacote recebeu críticas por ter chegado a algumas grandes empresas, como a rede de hamburguerias Shake Shack. Também nesta quinta-feira, saem novos dados sobre os pedidos de auxílio desemprego na semana passada, que devem passar de 4 milhões. Se confirmado, serão 26 milhões de pedidos em cinco semanas, mais do que todos os empregos criados nos últimos anos após a crise de 2008. 
4 - DIVISÃO NA EUROPA
O coronavírus abriu velhas feridas na Europa. Os chefes dos 27 países da União Europeia fazem nesta quinta-feira, 23, uma reunião para discutir um plano de recuperação da região após a pandemia do novo coronavírus. O Sul, tendo à frente Itália e Espanha, as nações mais castigadas até agora pela covid-19, cobram mais ajuda do Norte, liderado por Alemanha e Holanda. O Norte se opõe ao uso pelo Sul, altamente endividado, do chamado eurobônus, agora rebatizado de coronabônus, títulos de dívida que seriam emitidos pelos países para financiar a recuperação da União Europeia. O coronabônus ficou fora do acordo do último dia 9 de abril, quando ministros das Finanças dos 27 países do bloco chegaram a um plano de ajuda de 540 bilhões de euros. Países como Espanha e Itália querem um fundo maior, de mais de 1 trilhão. O número de novos casos vem gradualmente desacelerando na Europa, o que levou países como a Alemanha a colocarem em prática um plano gradual de reabertura. O mundo soma mais de 2,6 milhões de casos de coronavírus e mais de 183.500 vítimas. 
5 - FUTEBOL VOLTARÁ?
Enquanto os líderes europeus discutem a retomada econômica no continente, outra pauta europeia nesta quinta-feira, 23, serão os campeonatos de futebol, parados há mais de um mês. O comitê executivo da Uefa, associação europeia de futebol, se reúne hoje e deve ajudar a definir a situação das temporadas nacionais e as datas de início das próximas. Em reunião prévia na terça-feira, 21, com as 55 associações europeias, a Uefa reafirmou fortemente a recomendação de que os torneios de primeira divisão e copas nacionais sejam, sim, finalizados este ano. A principal complicação são os diferentes estágios de propagação da covid-19 em que se encontra cada país. Enquanto a Alemanha, que tem menor taxa de mortalidade, já faz planos para retomar a Bundesliga, a Itália e a Espanha não têm ainda previsão. Um estudo da consultoria KPMG estimou um impacto de 4,1 bilhões de euros caso os cinco principais campeonatos europeus não sejam finalizados.
A GRANDE GUERRA DO E-COMMERCE
A nova edição da revista Exame, disponível a partir de hoje, traz um guia de investimentos na crise e mostra a guerra do e-commerce em meio à pandemia do coronavírus. Clique aqui para ver todas as reportagens da edição e assine para ter acesso ilimitado a partir de 15,90 reais por mês. Boa leitura!
Sobre o que as pessoas estão falando entre reuniões
 
CRÍTICAS DA HERDEIRA
A cineasta Abigail Disney, sobrinha-neta de Walt Disney, criticou a empresa no Twitter por demitir 100.000 funcionários neste mês após bônus pagos a altos executivos no ano anterior. 
DELIVERY
A BrMalls, administradora de 31 shoppings, vai isentar de aluguel lojistas que aderirem à Delivery Center, startup de entrega de shoppings na qual é sócia. O plano é ter todos os shoppings com a startup até o fim do ano. 
VIA VAREJO
Em meio à alta volatilidade na B3, a varejista Via Varejo superou a mineradora Vale e o banco Itaú em volume de negócios na bolsa nos últimos três meses
PETRÓLEO NA CAVERNA
Com o petróleo em baixa histórica, falta espaço nos estoques. Cavernas, trens e até escolas vêm sendo usadas para armazenar a commodity. Neste vídeo da Exame, entenda em 10 minutos a guerra do petróleo que tomou os mercados.
RAMADÃ
Começou nesta quinta-feira, 23, o Ramadã, período sagrado em que muçulmanos jejuam ao longo do mês. As medidas de distanciamento social vêm mudando as celebrações da data em todo o mundo, sem eventos em comunidade. Já o presidente do Tajiquistão pediu a agricultores que não jejuem e se mantenham saudáveis para produzir comida durante a pandemia. 

Curso
 
O Jeito Barsi de Investir - Aprenda a estratégia que venceu todas as outras crises do Brasil. Conheça o método do maior investidor da bolsa brasileira. Últimos dias de inscrição. Aproveite!

exame.talks
 
15h - Rodrigo Malizia, Sócio da Cellar Vinhos Selections, e Manoel Beato
Desgustaçao de Vinhos

18h - Eduardo Menicucci, da Fundação Dom Cabral
Manuel de Sobrevivência para PMEs

Nos horários acima, assista no YouTube ou no site
A empresária e especialista em organização pessoal Marie Kondo já escreveu quatro livros e ficou famosa no Brasil sobretudo com a série da Netflix Tidying up with Marie Kondo ("Ordem na Casa" por aqui). Nos episódios, Kondo visita famílias e ajuda a organizar suas casas. Agora, na quarentena, a rainha da arrumação contou ao site americano Quartz como está vivendo o isolamento e defendeu que a organização pode evitar ansiedade nestes tempos difíceis. Uma das recomendações é saber o que se tem em casa antes de comprar mais, diz a japonesa. A teoria de jogar fora o que não "sparks joy" (ou o que não dá alegria, em tradução literal) continua. Leia as dicas aqui (em inglês). 
Cena de Ordem na Casa: Marie Kondo defende organização na quarentena | Netflix/Divulgação


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