Plasma teria o potencial de diminuir a gravidade ou ao menos encurtar a duração da doença
Agência Estado e Correio do Povo
A Food and Drug Administration (FDA), agência de medicamentos norte-americana, aprovou na sexta-feira, 3, testes clínicos envolvendo a retirada de plasma sanguíneo de pacientes em recuperação do coronavírus. O plasma teria o potencial de diminuir a gravidade ou ao menos encurtar a duração da doença causada pelo vírus.
A FDA anunciou que está trabalhando em colaboração com o governo, a indústria e a academia para desenvolver e implementar um protocolo para o fornecimento desse plasma. A princípio, ele será usado apenas em pacientes em estado crítico. O tratamento envolve a retirada de plasma sanguíneo de um paciente que já teria desenvolvido imunidade à doença. Em seguida, o plasma seria injetado em um paciente doente, para que o anticorpo ataque o vírus.
Além dos pacientes em estado grave, Arturo Casadevall, especialista em doenças infecciosas da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, propôs o uso de plasma convalescente para impulsionar o sistema imunológico de profissionais de saúde e socorristas. "A capacidade de realizar um teste de profilaxia nos dirá se o plasma é eficaz na proteção de nossos profissionais de saúde e socorristas da Covid-19 ", disse Casadevall. Ele reuniu uma equipe de médicos e cientistas de todo os Estados Unidos para estabelecer uma rede de hospitais e bancos de sangue que podem coletar, isolar e processar plasma sanguíneo dos sobreviventes da Covid-19.
Segundo pesquisadores da Johns Hopkins, a estratégia de isolar o plasma é uma tecnologia estabelecida há muito tempo e avanços recentes o tornam tão seguro quanto uma transfusão de sangue. A FDA antecipa que o esforço será capaz de mover milhares de unidades de plasma para pacientes que precisam delas nas próximas semanas.
As autoridades de saúde de Nova York esperam recrutar pacientes com Covid-19 de New Rochelle - marco zero para a infecção do Estado e área com a maior número de pessoas que se recuperaram - para ver se algum deles estaria disposto a se tornar doador viável. Atualmente, não existem terapias medicamentosas comprovadas ou vacinas eficazes para o tratamento da doença.
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