sexta-feira, 24 de abril de 2020

A única coisa que peço: parem de mentir



Os defensores da quarentena insistem em dizer que nós, críticos, ignoramos o vírus, que queremos que nada seja feito contra ele, que a vida seja levada normalmente. Mentira! Mentem para despistar o erro que eles cometeram.
Um mês atrás, criticávamos a ideia da quarentena baseando-nos em opiniões de cientistas que diziam que a epidemia não se alastraria aqui da mesma forma como ocorreu na Europa; e também nos alertas de economistas, sociólogos e psicólogos.
Defendemos desde o começo o combate à epidemia, mas de forma inteligente, sem arruinar a economia. Recomendações básicas contra aglomerações e de cuidados especiais para evitar contágio. Distribuição de kits de higienização em áreas pobres e locais de grande fluxo de pessoas. Isolamento do grupo de risco. Realização de testes em massa, para identificar infectados e tratá-los antes de a doença se manifestar. Conjunto de procedimentos que foi feito com sucesso no Japão, na Coreia do Sul e em Taiwan. Porém, a opinião que venceu foi a mesma que devastou a Europa.
A despeito disso, ainda dizem que “salvaram milhares de vidas”. Baseado em que dizem isso? Nas previsões do Imperial College que… FALHARAM!
Para completar, ainda rejeitam a hidroxicloroquina na rede pública, enquanto esse mesmo medicamento é recomendado por cientistas no mundo todo e está já sendo utilizado com ótimos resultados em hospitais privados.
Chegam ao ponto de dizer que o colapso em alguns hospitais expõe a desgraça provocada pelo vírus que nós, do lado de cá, “ignoramos” − cinismo e mentira num mesmo argumento.
O sistema de saúde pública no Brasil é péssimo desde sempre. Falta de leitos, de equipamentos e de insumos faz parte da rotina. Quase tudo é de má qualidade.
A quarentena foi implantada sob a previsão de 44 mil mortos no Brasil, centenas de milhares de internados. Aplaudiram o ex-ministro da Saúde e alguns governadores pelos “grandes esforços” de mobilização para atender os doentes. Mas, afinal, fizeram o quê?
Praticamente toda a rede pública de hospitais está destinada ao tratamento dos doentes por Covid-19. Suspenderam literalmente milhões de consultas, exames, cirurgias e internações por outras doenças. Estados e municípios tiveram suas dívidas com a União suspensas e ainda receberam mais dinheiro para combater a epidemia. No entanto, tiveram que dar conta de uma demanda muito menor que a prevista. Ainda assim, faltam leitos em alguns lugares????
O que está em evidência não é a desgraça provocada pelo Covid-19, mas a histórica ineficiência do sistema público de saúde.
Até um mês atrás, a população era mal atendida e muitas pessoas morriam por negligência nos hospitais brasileiros, mas muito pouco disso era notícia.
O fato é que governadores e prefeitos viram a epidemia apenas como forma de se fortalecerem politicamente. Não salvaram ninguém. Muito pelo contrário: pipocam denúncias de que estão forjando registros de mortes por Covid-19. Logo ficaremos sabendo de esquemas de corrupção.
Destruíram milhões de empregos e centenas de milhares de micro e pequenas empresas, obrigando o Brasil a entrar em mais um período de subsídios econômicos e de explosão da dívida pública, enquanto o vírus continua entre nós e infelizmente matará muitas outras pessoas.
E o pior: Brasil continua à mercê da irresponsabilidade dessas pessoas, pois é nítido que elas não sabem como devolver a normalidade à sociedade. Continuam mentindo para justificar mentiras.
Eu nem ouso pedir que os quarentenistas reconheçam seus erros e nos peçam desculpas; mas, poderiam, pelo menos, parar de distorcer fatos e insistir em narrativas que não param em pé. A população não aguenta mais ficar à deriva nesse mar de mentiras. Precisamos voltar a trabalhar, produzir, viver… E combater o coronavírus com inteligência.

João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.


Instituto Liberal

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