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segunda-feira, 2 de março de 2020

Brasil, Hungria, Polônia e EUA se unem por agenda conservadora internacional

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro com o presidente da Polônia, Andrzej Duda. Os dois países integram um quarteto que defende valores conservadores em âmbito internacional.| Foto: Alan Santos/PR
 


O Brasil faz parte de um quarteto de países com governos conservadores que está buscando promover uma agenda de direitos humanos que reflita esses valores em âmbito internacional. Junto com Hungria, Polônia e Estados Unidos, o governo brasileiro tenta defender o valor da família, a liberdade religiosa e o direito à vida em foros da Organização das Nações da Unidas (ONU) e em reuniões com outros países.

No dia 5 de fevereiro, a Aliança Internacional pela Liberdade Religiosa, iniciativa liderada pelo quarteto, foi lançada em Washington (EUA). O grupo também comanda desde dezembro de 2019 a Parceria pelas Famílias, que, no último dia 15, organizou um evento na Comissão para o Desenvolvimento Social da ONU para debater sobre políticas de apoio às famílias. Além disso, os quatro países atuam juntos e têm papel importante no Processo de Varsóvia, que discute soluções para a pacificação do Oriente Médio.

 

União conservadora e contra o globalismo

“São quatro países ligados ao conservadorismo e que têm em comum o discurso contrário àquilo que se convencionou chamar de globalismo”, diz o sociólogo Lucas Azambuja, do Ibmec BH. Para o professor, uma das características de todos os países desse quarteto é buscar “se inserir internacionalmente formando alianças para constituir outras arenas de deliberação que não as de organizações internacionais como a ONU”. Todos eles fazem parte de um “movimento contrário ao globalismo, que procura destacar a ideia de soberania nacional e de valores ligados à tradição judaico-cristã".

O catalisador do vínculo que formou a aliança conservadora foi a sintonia entre o presidente Jair Bolsonaro e os três líderes das outras nações – Viktor Orbán, da Hungria; Andrzej Duda, da Polônia; e Donald Trump, dos Estados Unidos. Além disso, há semelhanças de visão de mundo entre as lideranças de alto escalão de nível ministerial, como o chanceler brasileiro Ernesto Araújo e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo.

Nas últimas semanas, Araújo teve reuniões bilaterais com chanceleres da Hungria e da Polônia. Em abril, Bolsonaro deve ir à Europa para visitar os dois países, o que deixa mais evidente a força da parceria brasileira com esses governos. O presidente também irá aos Estados Unidos no começo de março, mas somente para uma visita ao estado da Flórida.

Além do Ministério das Relações Exteriores, chefiado por Araújo, outra pasta envolvida de maneira significativa na articulação brasileira com esses países é o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), de Damares Alves. Uma das figuras mais ativas nesse sentido é a secretária da Família do MMFDH, Angela Gandra, que comandou a delegação brasileira no evento sobre políticas de apoio às famílias da Comissão para o Desenvolvimento Social da ONU.

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