Vereadores voltaram a não dar quórum para que sessão extraordinária fosse iniciada na Câmara
Por Cláudio Isaías
Vereadores não deram quórum suficiente para abrir sessão nesta sexta | Foto: Guilherme Almeida
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Pelo segundo dia consecutivo fracassou a tentativa da prefeitura de Porto Alegre de que a Câmara de Vereadores votasse os projetos que tratavam sobre mudanças no transporte público da cidade. Na manhã desta sexta-feira, a verificação de quórum foi realizada duas vezes pelo presidente do Legislativo, Reginaldo Pujol (DEM) – 15 vereadores se apresentaram na primeira, às 9h, e 17 na segunda chamada, às 9h15min. O mínimo para que ocorresse a sessão era 19 parlamentares, incluindo o presidente da Casa. “O processo todo da sessão está muito desgastante”, afirmou a vice-presidente Lourdes Sprenger (MDB) quando deixava o plenário Otávio Rocha.
Após a suspensão dos trabalhos, houve muita comemoração nas galerias por parte dos rodoviários. A categoria recebeu o apoio dos motoristas de aplicativos que foram até o local. Em reunião da Mesa Diretora, ficou decidido que não haveria nova tentativa de abertura de sessão nesta sexta, último dia do recesso parlamentar. Como a primeira sessão de 2020 se inicia na próxima segunda-feira, as propostas deverão tramitar normalmente. A sessão inicia às 14h.
O vereador Mauro Pinheiro (Rede), líder do governo de Nelson Marchezan Júnior, disse que os vereadores deveriam estar presentes no plenário porque os projetos apresentados pelo prefeito são importantes para a cidade: “São projetos que vão baixar o preço da passagem de ônibus quando a gente sabe que 40% da população utiliza regularmente o transporte público. Infelizmente, os vereadores estão preocupados com suas campanhas políticas e de fazerem oposição ao governo Marchezan. Eles estão preferindo não votar um projeto de magnitude para a cidade”, ressaltou.
O líder do PT na Câmara, vereador Aldacir Oliboni, afirmou que o prefeito não fez uma Parceria Público Privada de fato ao longo dos três anos de gestão e tenta de última hora aprovar projetos que deveriam ser amplamente discutidos com a sociedade. “Nada foi feito para melhorar o transporte público e, agora, para tentar recuperar alguma popularidade neste ano eleitoral, ele envia este pacote de projetos para a Câmara com o objetivo de vender facilidades para a população”, criticou. Tanto Oliboni quanto os vereadores Marcelo Sgarbossa, Margarete Moraes e Adeli Sell afirmaram que os projetos não apresentam análises técnicas que os sustentem, não contêm viabilidade operacional e tampouco de impacto econômico e social. “Todos estes projetos enviados são baseados em impressões. Ao longo da gestão do prefeito, deveria ter sido realizado um plano de trabalho, com uma gestão responsável do transporte público”, explicou.
Entre as propostas da bancada do PT está a criação de um grupo de trabalho que articule debates sobre o Fundo de Fomento ao Transporte e às melhorias de infraestrutura, com a participação do governo municipal, da Câmara de Vereadores e da sociedade e aplicar as mesmas normas para aplicativos e táxis. Além de realizar um reestudo de linhas de ônibus e do sistema de lotações da cidade.
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