segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Dúvidas sobre autismo? Saiba mais sobre o transtorno

| Foto: Jcomp / Freepik

Psicóloga comenta o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e aponta caminhos para os melhores tratamentos

PUBLICIDADE

Talvez você já tenha assistido a algum episódio da série norte-americana “The Good Doctor”. O “bom doutor”, interpretado por Freddie Highmore, é um jovem residente do terceiro ano de Medicina. O que o diferencia dos colegas residentes e dos outros médicos do San Jose St. Bonaventure Hospital? O personagem Shaun Murphy é autista e, ao longo da série, mostra todas a suas qualidades e enfrenta diversas questões, especialmente de socialização.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) faz parte do conjunto de transtornos do neurodesenvolvimento. A psicóloga Cecilia Tonial explica a nomenclatura: o autismo é configurado como um transtorno pelos prejuízos que causa nas diversas áreas da vida do indivíduo; o “espectro” se refere a ampla gama de apresentações que o transtorno aparece. Dentre elas, a profissional destaca as relacionadas às dificuldades de comunicação, sociais e comportamentais, que variam de intensidade, entre leve a moderada.

“Os pacientes autistas sempre têm déficit nas áreas social, de comunicação e comportamento, porém, a intensidade dos sintomas e características aparecem em diferentes níveis”, comenta. Cecilia destaca que há dois tipos de pacientes:

- no “autismo clássico”, os indivíduos possuem dificuldades em fazer contato visual e, mesmo que façam verbalizações, não a utilizam como ferramenta de comunicação. Eles têm comportamentos repetitivos, não compreendem metáforas, têm dificuldade em se relacionar entre outros.

- no  “autismo de alto desempenho” (ou asperger, como também é conhecido), embora o paciente apresente algumas ou as mesmas dificuldades do “autismo clássico”, os sintomas são mais tênues. Este pacientes apresentam um Q.I alto e seu vocabulário é sofisticado para a idade.

Como o autismo pode ser diagnosticado?

Realizar o diagnóstico é complexo, principalmente pelas formas variadas dos sintomas e características. “O diagnóstico é clínico e deve ser feito por profissionais especializados, que usam escalas, protocolos e questionários para obter dados específicos”, explica. Cecilia ressalta que a colaboração da família, com informações a respeito da criança e relatos da observação do seu desenvolvimento, tornam-se ferramentas essenciais para o diagnóstico precoce.

“O diagnóstico pode ser realizado já nos primeiros meses de vida da criança, mas normalmente ele acontece a partir dos 3 anos de idade. Muitas vezes os diagnósticos são tardios pois ainda há a dificuldade da aceitação por parte da família”, comenta a psicóloga, salientando que o diagnóstico precoce permite que a intervenção ocorra cedo, o que pode minimizar os sintomas do TEA. “A partir da avaliação, realizada por um psicólogo em conjunto com um neuropediatra, são feitos os encaminhamentos necessários para melhor desenvolver a criança, que geralmente incluem o acompanhamento de fono, terapeuta ocupacional, psicopedagogo”, frisa.

O papel do acompanhamento psicológico na vida do autista

Além de colaborar com o diagnóstico, a presença de um psicólogo na vida do paciente com TEA é muito importante, pois o tratamento psicológico colabora com o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicação a partir da relação terapêutica construída entre psicoterapeuta e paciente. “Nesses encontros são ensinados e treinados diversos comportamentos. Nós usamos ferramentas específicas para este transtorno, como imagens e cartões. para psicoeducar o paciente quanto às emoções e suas manifestações fisiológicas e também para ensiná-lo sobre a função de determinados objetos e comportamentos sociais”, detalha a profissional.

Cecilia também salienta que o treino com os pais faz parte do tratamento, pois é preciso desenvolver neles habilidades socioemocionais para ajudar e manejar com filho. “Conhecer e buscar informações sobre o transtorno é fundamental. A família pode buscar a área da psicologia para aprender a lidar com o filho ao mesmo tempo que desenvolve as habilidades para as demandas”, orienta. A psicóloga ainda lembra que existem palestras e grupos de apoio que a família pode participar, além de haver literaturas técnicas e filmes que abordam o assunto. Como a ficção reforça com a história do “bom doutor”, “é importante lembrar que o indivíduo com autismo não se resume ao TEA: ele tem toda uma esfera da personalidade e desejos, como qualquer outra pessoa e, por isso, jamais deve ser reduzido ao transtorno”, conclui.


Correio do Povo


POLÍCIA

Criança morre após casais serem alvo de tiros em Porto Alegre

GASTRONOMIA

Bolo de alfarroba é alternativa saudável para quem é fã de chocolate

GRÊMIO

Thiago Neves e Diego Souza treinam com bola antes do duelo do Grêmio contra o Esportivo

GRÊMIO

Paulo Miranda cita "evolução jogo a jogo" do Grêmio para ter ritmo

INTER

Conmebol antecipa jogo do Inter contra a Universidad para as 18h de terça-feira

INTER

Barcellos vê Inter "nem tão perto, nem tão longe" de próximo reforço

Dirigente afirmou que novas receitas poderão ajudar

GAUCHÃO

São José vence o Aimoré no Passo D'Areia

Nenhum comentário:

Postar um comentário