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domingo, 23 de fevereiro de 2020

A PRIVATARIA BOLSONARIANA



Tudo leva a crer que os militares que se instalaram no governo com a vitória de Jair Bolsonaro, em outubro de 2018, estariam mais ajudando a desfazer toda a grandiosa obra deixada pelos seus antigos “colegas” de farda, protagonistas da “intervenção” de 1964, durante os seus 5 (cinco) governos consecutivos, de 1964 a 1985,ou seja, de Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazú Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
Quem se der ao trabalho de examinar com minúcias a “obra” do atual governo, durante os seus 14 primeiros meses de trabalhos, certamente vai ser forçado a concluir que o “modelo” de gestão desse governo se aproxima muito mais das “obras”, ou “desmanches” dos governos que se sucederam aos militares ,ou seja, os de José Sarney, Fernando Collor/Itamar Franco ,FHC, Lula da Silva , e Dilma Rousseff/José Temer, que “mandaram” de 1985 a 2018,do que propriamente dos governos dos militares, de 1964 a 1985.
Adotando a forma “política “de governar idêntica à que funcionou de 1985 a 2018,e apesar do aproveitamento de quase “metade” do generalato para compor o novo governo, ao invés de optar pela forma “militar ” de governar, como funcionou de 1964 a 1985,o governo de Jair Bolsonaro acabou ficando totalmente refém ,“amarrado”, e mesmo “boicotado”, no sentido de bem governar, pelos outros Dois Poderes Constitucionais (Legislativo e Judiciário/STF),ambos norteados por um combate sem tréguas e radical ao governo ,que certamente assumiu bem intencionado.
Enquanto os militares governantes do Regime Militar tinham a energia ,e a “autoridade” necessárias para fazer um bom governo, com essa atitude dotando o país de uma infraestrutura de obras públicas em nível compatível com a dos países mais desenvolvidos do mundo , os que tomaram posse em janeiro de 2019,com a vitória de Bolsonaro, mostraram-se absolutamente “frouxos” e “políticos ” demais para superar o boicote dos seus adversários . Isso tudo resultou numa inversão de valores de tal dimensão que conseguiram construir uma realidade na qual os bandidos andam soltos pelas ruas e o governo “preso”.
A grande bandeira dos governos do PT, por exemplo, foi sempre o progresso “social” das classes menos favorecidas, quando tudo não passou de uma descarada mentira ,com manipulação de índices sociais enganosos. Os governos militares fizeram muito mais pelos pobres do que os mentirosos da esquerda, que só conseguiram “progresso social” para si mesmos, enchendo as suas “burras” com dinheiro roubado do erário, portanto, do povo.
Mas será que o Brasil se livrou mesmo da corrupção que era rotina política de 1985 a 2018?
Além dos inúmeros focos de corrupção apontados pelas diversas operações da Polícia e Ministério Público Federais, que segundo alguns garantem, teria desviado do erário a exorbitante quantia de 10 trilhões de reais, ”só” de 2003 a 2016,acabaram escapando “ilesas” dessas operações as inúmeras PRIVATIZAÇÕES, que marcaram forte os Governos de FHC,de 1995 a 2003,e continuaram muito ativas com o PT/MDB, de 2003 a 2018,onde chegaram a privatizar a exploração dos maiores aeroportos do país por valores verdadeiramente “simbólicos”,”vergonhosos”, tamanhas as suas subavaliações.
Imprescindível é sublinhar que mediante as “privatizações”, onde também “rolou” muita corrupção, ninguém chegou a ser apontado ou responsabilizado pelas autoridades competentes. Tudo passou em “brancas nuvens”.
Como em geral as pessoas não estão capacitadas para avaliar o patrimônio público nas estatais,ou seja, os “ativos” envolvidos, os órgão públicos “interessados” nas privatizações, muito espertamente, após colherem as autorizações necessárias do Poder Legislativo, dentro da conhecida ” filosofia” do “toma lá-dá-cá”, contratam e “encomendam” determinadas “avaliações”, que acabam apontando valores muito inferiores ao real ,conforme o “encomendado”, subtraindo desse valor ainda mais um “desconto” adicional, que na verdade nem deverá ser levado em consideração pelos licitantes, só servindo para o “teatro” de aparentar o pagamento de um “ágio”, ou seja, de um “plus” acrescido ao valor mínimo do bem licitado ,restando oportunidade ao respectivo órgão público de ,cinicamente, festejar e “soltar foguetes” pela “vantagem” relativa ao “ágio” recebido.
Esse “teatrinho” é generalizado , em todas as privatizações, sem qualquer exceção. Sempre tem um “plus” pago sobre o preço mínimo ,mas que não é nenhum “plus” de verdade, e sim um engodo “público”. Esses “cretinos” percebem que irão agradar os seus desavisados eleitores por venderem algum bem público “acima” do valor.
Em vista da disposição do Governo Bolsonaro, através do trabalho do seu poderoso Ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, estar “trabalhando” para privatizar o que ainda resta de empresas da Administração Indireta da União, que certamente vai superar o “volume”,a “soma”, de todas as outras realizadas anteriormente, nos Gov ernos de FHC e do PT/MDB,o Amaury Ribeiro Jr, autor de “Privataria Tucana”, poderá deixar o gatilho preparado para um novo livro sobre “privataria” ,aproveitando o anterior como “esboço”,só trocando os nomes dos personagens e das empresas.
Os poderosos chineses,que acabaram se tornando os novos “imperialistas” mundiais, e que já compraram grande parte da África, vêm aí “embalados” para adquirir as empresas brasileiras privatizandas, as quais poderão ser adquiridas com “meia dúzia” dos seus “yuans”(supervalorizados).
O povo brasileiro, por sua maioria, politicamente “idiotizada” ,nem vai se importar, e até irá aplaudir essa “entrega”, uma vez que até hoje não teve garra, nem pulso, nem coragem ,para construir uma nação forte e independente, tendo vivido quase toda a sua história como verdadeiro escravo dos políticos ,uma escória disfarçada de “democrata”, e também de diversas potências estrangeiras. E todos os políticos e partidos de oposição ao Governo Bolsonaro não terão qualquer moral para contestar ou contrariar as privatizações porvindouras, simplesmente porque no passado fizeram a mesma coisa.

Sérgio Alves de Oliveira
Advogado e Sociólogo


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