Levantamento revela que efeitos da crise econômica ainda afetam o bolso dos consumidores
A poucos dias do Natal, a data comercial mais importante do ano, as projeções do setor empresarial para as vendas são muitas, a grande maioria positiva.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), estimam que a arrecadação no período natalino de 2019 será de de R$ 35,6 bilhões, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior, 2018.
Esse percentual de aumento não é registrado desde 2013, quando o crescimento foi de 5%. Ainda segundo o CNC entre 2015 e 2016 a variação chegou a ser negativa.
Já de acordo com a Fecomercio São Paulo, o comércio varejista deve registrar um aumento de 7% no faturamento de dezembro de 2019 em relação ao último ano.
A expectativa é chegar a R$ 76,6 bilhões no último mês do ano, o que representa R$ 5 bilhões a mais do que 2018, segundo a associação. E o bolso do consumidor?
Com os indicativos de que o comércio natalino deve fechar o ano no azul, quais são as expectativas do consumidor para as compras natalinas este ano?
Uma pesquisa realizada pela agência de pesquisa Hello Research ouviu pessoas em 75 municípios do Brasil, durante o mês de setembro de 2019, para entender o que pensam os brasileiros em relação às compras de Natal.
O levantamento revelou que 70% dos brasileiros deve presentear alguém neste Natal. Sobre os principais presentes que os brasileiros pretendem comprar, em primeiro lugar, estão as roupas, opção de 42% dos entrevistados.
O item ‘brinquedos’ será a opção de 19%, seguido de perfumes, maquiagens e cuidados, com 18%. Calçados e acessórios, estão, em quinto lugar com 14% e 13%, respectivamente.
No Natal, é comum que durante a reunião familiar ou entre amigos, os brasileiros programem o seu orçamento para comprar o presentinho de fim de ano.
O levantamento da Hello aponta que 23% devem gastar entre R$ 100 e R$ 200 e 21% mais de R$ 500 com o presente.
Já 19% deve gastar entre R$ 300 e R$ 500, seguido de 17% que serão os mais controlados, ao gastar até R$ 100. Por fim, 14% vai gastar entre R$ 200 e R$ 300 e 6% não sabe.
No Sudeste , estão os que mais pretendem investir no presente. A maior fatia pretende gastar mais de R$ 500. Já no Nordeste estão os que devem gastar menos, ao optar por compras mais baratos.
Efeito da crise e menos presentes neste Natal
Mas, apesar da maioria gastar até R$ 200 na compra, 30% dos entrevistados responderam que devem diminuir a quantidade de presentes, devido à crise financeira.
A pesquisa revela ainda que 28% responderam que concordam em parte com o raciocínio da economia por conta das dificuldades financeiras , 22% nem discordam e nem concordam e 9% discordam em parte. Por fim, 11% discordam totalmente.
Ainda de acordo com a pesquisa, os brasileiros até podem gastar menos e comprar um volume menor de presentes, mas não deixam de presentear.
“Mesmo com esse contexto de recessão e pessimismo , o Natal é um momento muito importante e valorizado e a troca de presentes é parte da comemoração. A maioria dos brasileiros já está programado, já sabe quem vai presentear e já tem reservas para as compras de final de ano”, diz trecho da análise do levantamento.
Os gastos de fim de ano dos consumidores de forma mais conservadora ainda é um efeito da crise, do endividamento e do desemprego .
“O que se espera é que ao longo dos próximos meses, o anúncio de uma agenda positiva consiga aumentar o quadro da confiança, recuperando o desgaste que se observou ao longo deste ano”, analisa José César da Costa, presidente da CNDL.
Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Confiança do Consumidor marcou 47,2 pontos em novembro, abaixo do registrado em janeiro de 2019, que foi de 49,0 pontos. Em termos percentuais, apenas 9% dos consumidores consideram o momento da economia bom.
"Apesar de 70% dos brasileiros pretenderem presentear alguém, segundo aponta nossa amostra, é fato de que a economia ainda inspira cautela por parte de todos, com a compra de presentes sendo reduzida entre as classes menos favorecidas e as lojas físicas, isto é, o modelo tradicional, ainda sendo o mais escolhido para a compra.Os brasileiros até podem gastar menos ou comprar um volume menor de presentes, mas eles não deixam de presentear", explica Stella Mattos, CEO da Hello Research.
Fonte: economia.ig - 15/12/2019 e SOS Consumidor
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