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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

2020: É A POLÍTICA, ESTÚPIDO!

(Luís Eduardo Assis - O Estado de S. Paulo, 23) Tudo sugere que a economia em 2020 andará mais rápido que o ritmo modorrento que tivemos neste 2019 que estrebucha. Os economistas estão otimistas. A pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, registra uma expectativa de crescimento de 2,25%. Não chega a ser um assombro, mas, se confirmado, será o maior avanço desde 2013. Os pessimistas, sempre eles, lembrarão que no fim de 2017 essa mesma pesquisa previa que o crescimento de 2018 seria de 2,7%. Veio 1,3%, menos da metade. De novo, no fim de 2018, os mesmos analistas previam um aumento do PIB de 2,5% para 2019. Teremos algo como 1,1%, menos da metade novamente. O otimismo dos economistas – esta coisa rara – será confirmado pelos fatos desta vez?
É bem provável que sim. Afora a liberação do FGTS e outros quejandos pontuais, a queda histórica dos juros tem tudo para liberar recursos que irrigarão a economia. Basta ver o ritmo das concessões de crédito, que cresciam em outubro último a uma taxa de 14% ao ano no segmento de pessoas físicas. Um aumento do PIB de até 2,5% parece plausível. No entanto, mesmo que o PIB cresça 2,5% em 2020, fecharemos o ano com um produto menor que o registrado em 2013. O PIB per capita encerraria o próximo ano com um valor 5,3% menor que o de 2013 e apenas 0,5% maior que o de 2010. É bom lembrar que entre 2000 e 2010 o PIB per capita cresceu 27,4%. Mais de 50 vezes a taxa de crescimento desta década – isso se os economistas otimistas estiverem certos e de fato crescermos mais de 2%. Já fomos melhores em matéria de otimismo.
A depender do avanço das reformas, esses sinais de vida podem ganhar tração. Mas isso depende não só do diminuto apetite do governo de fazer política, como do apoio que a atual administração poderá ter da população. Sem apoio, o governo terá ainda mais dificuldade em fazer valer sua agenda de mudanças na economia. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de setembro indica que 31% dos pesquisados avaliam o governo Jair Bolsonaro como “ótimo” ou “bom”. Não é pouco, mas é menos que os 33% que o presidente Sarney tinha em março de 1987, quando os Planos Cruzado 1 e 2 já tinham fracassado e a inflação em 12 meses acumulava 97%. Também é bem menos que os 56% de aprovação que a presidente Dilma recebeu no final de seu primeiro ano no governo. Por outro lado, os mesmos 31% que Bolsonaro registrou em setembro, com taxa de desocupação de 11,8%, tinha Dilma em junho de 2014, quando a taxa era de apenas 6,8 %. Analogamente, os 31% de Bolsonaro de setembro de 2019 foram obtidos quando o índice de nível atividade do BC crescia a um ritmo de 2,1% ao ano. Mas em 2009, quando a atividade chegou a cair 5,5%, a aprovação de Lula variou entre 64% e 72%. Tudo isso para dizer que relação entre aprovação do governo e indicadores econômicos está longe de ser mecânica. Parafraseando J. Carville, assessor de Bill Clinton, não é só a economia, estúpido. A melhoria dos indicadores econômicos não significa necessariamente aumento no apoio ao governo.
As mediações entre estes dois mundos são complexas e instáveis. Políticos mais carismáticos podem tirar proveito de uma situação econômica menos favorável, ao passo que governantes inábeis precisam de um melhor desempenho da economia para acumular capital político. Como até as pedras da Sé sabem, estamos aqui diante do segundo caso. Ao invés de amealhar apoio num espectro mais amplo, Bolsonaro teve a desvairada ideia de cristalizar suas posições sectárias. Isso torna 2020 um ano em que viveremos em perigo. A economia caminha para a frente, lentamente. Mas o que definirá o ano novo será o tempo da política. Ela poderá influenciar a economia muito mais que o contrário.


Ex-Blog do Cesar Maia


Ponto Crítico

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A MALDITA QUEDA NO BANHEIRO

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XIX - 053/19 - 26/ 12/ 2019

LEI ANTICRIME

Ontem, ao tomar conhecimento de que o presidente sancionou a LEI ANTICRIME com a manutenção do -JUIZ DE GARANTIA-, fiquei com a nítida impressão que os problemas causados pela queda que sofreu, na noite da última 2ª feira, 23, num dos banheiros do Palácio do Alvorada, não foram devidamente detectados pela ressonância magnética, a qual se submeteu.

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PERSONALIDADE DA DÉCADA

Ora, da mesma forma como Bolsonaro, em assuntos de ECONOMIA, ouve o ministro Paulo Guedes e sua ótima equipe, o mínimo que poderia se esperar é que em temas de JUSTIÇA o presidente ouvisse o competente ministro Sérgio Moro. Principalmente, se levar em conta que Moro foi eleito, pelo jornal britânico -Financial Times-, como uma das 50 personalidades da década.

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FANTÁSTICA DESPESA PÚBLICA

Pois, para desespero geral, ao sancionar a Lei ANTICRIME, o presidente Bolsonaro simplesmente IGNOROU o ministro Sérgio Moro ao manter, inexplicavelmente, a criação do JUIZ DE GARANTIA. Além de desagradar pesadamente o ministro da Justiça, ao manter o absurdo, Bolsonaro cria uma fantástica despesa para os cofres públicos.

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ONDE REINA A INDECÊNCIA

Mais: por incrível que pareça, o aumento da despesa de salários com os novos juízes não será pouca. Afinal, é na folha de salários do setor judiciário que reina, de forma absoluta, a maior indecência de todo o setor público. E agora, com o JUIZ DE GARANTIA, figura que praticamente inexiste neste vasto interior do nosso país, as contratações vão arruinar ainda mais as contas públicas. Pode?

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MALDITA QUEDA!

Como se vê, numa só tacada, o presidente Jair Bolsonaro desagradou, com a mesma intensidade, o ministro Sérgio Moro e o ministro Paulo Guedes. Ou seja, o exame de RESSONÂNCIA MAGNÉTICA não foi capaz de detectar  os males que a queda do presidente vai provocar nos bolsos dos pagadores de impostos com a eufórica DESPESA com os novos JUÍZES DE GARANTIA. Maldita queda!

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MARKET PLACE

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MARCO REGULATÓRIO DA RADIODIFUSÃO -

Segundo informa o jornal Folha de São Paulo, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações está preparando um novo MARCO REGULATÓRIO DA RADIODIFUSÃO.
De acordo com o jornal, R$ 5 milhões foram reservados para gastos com estudos e consultorias, entre outras despesas.
“A ideia do governo é endurecer as regras para outorga e renovação de rádios e emissoras de TV, seguindo o pedido do presidente Jair Bolsonaro”, diz a reportagem.
O plano ainda não foi analisado pela cúpula do governo, mas já estaria na mesa do secretário de radiodifusão do ministério, o coronel reformado Elifas Gurgel do Amaral.
A intenção do governo seria exigir que as empresas pagassem suas dívidas antecipadamente para a renovação das outorgas — mesmo que os débitos tenham sido parcelados no passado.
Atualmente, elas podem emitir uma certidão de regularidade fiscal com a Receita Federal — uma das exigências legais para a obtenção de uma outorga ou renovação.
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações disse que a radiodifusão segue a legislação de 1962 e confirmou a intenção de fazer uma revisão do marco legal, “modernizando a regulamentação”.

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ICS -

O Índice de Confiança do setor de Serviços (ICS) subiu 1,1 ponto em dezembro em relação a novembro, para 96,1 pontos, segundo dados divulgados pela FGV). Com o resultado, o indicador seguiu no maior nível desde fevereiro, que já havia sido alcançado no mês anterior.

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2019 - UM ANO SEM DENÚNCIA DE CORRUPÇÃO -

No seu pronunciamento de Natal, o presidente Jair Bolsonaro foi enfático ao dizer: -

Apesar da investigação promovida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que atinge o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) devido a suposto esquema de lavagem de dinheiro, e da investigação conduzida pela Polícia Federal sobre candidaturas laranjas do PSL durante a campanha eleitoral - partido ao qual Bolsonaro era filiado até o mês passado, o presidente enfatizou que termina o ano sem "denúncia de corrupção".

Em uma avaliação positiva de seu primeiro ano, Bolsonaro afirmou que "o mundo voltou a confiar no Brasil", que as relações comerciais não são mais pautadas pelo "viés ideológico" e que foi bem sucedido ao nomear 22 ministros pelo critério técnico.
Ele ressaltou o crescimento da economia, a queda nos índices de criminalidade, o pagamento do 13º do Bolsa Família, o sucesso do Enem e do agronegócio.

FRASE DO DIA

O que sabemos é uma gota. O que ignoramos é um oceano.

Isaac Newton

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