Dados foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira
Moeda norte-americana fechou mais uma vez em recorde histórico desde a implementação do real | Foto: Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil / CP Memória
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Com o declínio das exportações, o rombo nas contas externas chegou a US$ 7,87 bilhões em outubro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 25, pelo Banco Central. Esse foi o pior resultado para outubro desde 2014, quando o rombo nas contas externas foi de US$ 9,3 bilhões.
O resultado das transações correntes, um dos principais indicadores sobre o setor externo do País, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior). No acumulado dos dez primeiros meses, o déficit chegou a US$ 45,66 bilhões, 41% superior do que no mesmo período de 2018 e maior do que o rombo registrado em todo o ano passado (US$ 41,54 bilhões).
Para o economista e sócio da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, a deterioração das contas externas indica que o dólar deve continuar num patamar alto no longo prazo. Ontem, por exemplo, o dólar à vista fechou em alta de 0,52%, a R$ 4,2145, maior cotação do Plano Real. O pico anterior foi alcançado no dia 18 (R$ 4,2055).
A Tendência vê risco de revisar para cima as projeções atuais de dólar no fim deste ano (R$ 4) e de 2020 (R$ 3,90). O Santander vê o dólar fechando este ano e em 2020 em R$ 4. O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, admitiu que o déficit de outubro veio mais elevado do que estimava a instituição. Ele colocou a culpa do rombo maior no mês passado na piora do resultado na balança comercial, que registrou superávit de apenas US$ 490 milhões em outubro, ante US$ 5,348 bilhões no mesmo mês de 2018.
"A balança comercial tem tido superávits decrescentes em função do comportamento das exportações. O pior resultado do comércio exterior respondeu por 82% do aumento do rombo nas contas externas em outubro", completou. Campos Neto, da Tendências, considera que há risco "não desprezível" de as importações superarem as exportações neste mês, comportamento que não ocorre desde fevereiro de 2015 e, para meses de novembro, desde 2014.
Rocha, do BC, destacou que o aumento no déficit de transações correntes de janeiro a outubro corresponde ao mesmo volume de redução das exportações nos dez primeiros meses do ano. Para o economista do Santander Jankiel Santos, pode ser cada vez mais frequente a balança fechar no negativo no contexto de redução das exportações e de aumento das importações, graças à recuperação da economia: "A tendência é de continuidade do movimento de deterioração das transações correntes".
Agência Estado e Correio do Povo
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