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terça-feira, 1 de outubro de 2019

Último serviço de pager encerra as atividades no Japão

Tokyo Telemessage tinha menos de 1,5 mil clientes

Na década de 1990, os pagers se popularizaram para o recebimento de mensagens Foto: Camilla MaiaNa década de 1990, os pagers se popularizaram para o recebimento de mensagens Foto: Camilla Maia

TÓQUIO — Nascidos neste século talvez nunca tenham visto um, mas os pagers eram praticamente obrigatórios entre executivos e profissionais da medicina nos anos 1980 e 1990. Antecessores do celular, eles permitiam o recebimento de mensagens de texto ou, simplesmente, dos famosos “bips”, que alertavam sobre alguma emergência. Nesta terça-feira, aTokyo Telemessage encerrou o último serviço do tipo no Japão .

Em comunicado, a companhia informou que no pico, em 1996, tinha 1,2 milhão de assinantes, mas o serviço “foi substituído pela comunicação por voz, como os telefones celulares, e declinou rapidamente”. Restaram menos de 1,5 mil clientes, praticamente todos profissionais de saúde. O último assinante privado era Ken Fujikura, que manteve o serviço porque sua mãe de 80 anos preferia esse método de comunicação.

— Como apenas a minha mãe sabia o número do meu pager, eu sabia que as notificações eram dela — contou Fujikura, ao site Nikkan-Spa. — Com o telefone, eu sabia que não era urgente.

Conhecidos como “pokeberu“ (de pocket bells , ou sinos de bolso), os pagers começaram a operar no Japão em 1968. No início, era utilizado basicamente por empresas e hospitais para alertar seus funcionários sobre alguma emergência. Os aparelhos não recebiam mensagens, apenas emitiam bipes, para que os profissionais entrassem em contato.

Nos anos 1980, os pagers ganharam uma pequena tela para exibir mensagens curtas de texto. Para enviá-las, era preciso telefonar para um número e ditar a mensagem para um atendente, responsável pela transcrição. Isso permitiu a popularização do serviço, principalmente entre o público mais jovem, que usava o pager como um predecessor do SMS.

Com a popularização dos celulares e, posteriormente, dos smartphones, os pagers caíram em desuso. Eles resistiram apenas em hospitais, onde o uso do celular sofre restrições por causa do sinal. Por funcionarem por rádio, os pagers estão sempre cobertos.


O Globo

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