Nos artigos anteriores, comentamos a realização do Sínodo dos Bispos da Amazônia e as implicações do evento para a Soberania Nacional, sabendo-se que o Papa Francisco vem se empenhando, pessoalmente, para o êxito do Encontro. Outrossim, externamos nossa preocupação com as recentes declarações de Emmanuel Macron. A insolência do presidente francês (que insultou o nosso presidente!) e defendeu, na cúpula do G7, a concessão de um “estatuto internacional” para a Amazônia, afirmando que levaria a proposta à Assembleia-Geral da ONU, é inadmissível, eis que afronta a soberania de países amazônicos e fere os nossos brios. Ele faz coro com um seu colega antecessor, o esquerdista François Mitterrand, que ousou dizer: “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”...
Na sequência deste Estudo, analisaremos os problemas atinentes à defesa da brasileira Amazônia. Entretanto, em face da histérica atoarda internacional e dos acintes de Macron quanto à internacionalização da macrorregião, apresentaremos alguns registros históricos, a fim de que se exacerbe, nessa hora assaz constrangedora, o lídimo sentimento de patriotismo verde e amarelo! Diga-se que a Amazônia é alvo de uma pertinaz cobiça, desde o século XVII, a qual se agudizou ao depois, em vista da progressiva escassez de recursos naturais e matérias primas nos países desenvolvidos.
Recordemos de que a França colonialista publicou, em 1745, um mapa que dava aos franceses de Caiena, uma extensa área do território nacional; em 1835, por ocasião da Cabanagem, esse país ocupou o Amapá; em 1861, Napoleão III propôs aos EUA, a venda da Guiana Francesa, incluindo o Amapá!! Antes da arbitral definição do rio Oiapoque como limite entre os dois países, os franceses invadiram o Brasil, em 1895, sendo derrotados e expulsos pelo lendário governador Francisco Xavier da Veiga Cabral (o “Cabralzinho”); relembre-se (mesmo fora deste contexto) da dita “Guerra da Lagosta”, nos anos 1962/63, quando o Brasil autorizou que a França realizasse pesquisas em viveiros de lagosta no Nordeste; mas os ‘pesquisadores’ passaram, clandestinamente, a pescar os crustáceos, o que quase resultou em uma guerra entre os dois países; e, em 2005, o socialista francês Pascal Lamy, diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), propôs uma “gestão compartilhada” para a Amazônia (em futuros artigos, repita-se, apontaremos outras investidas de nações hegemônicas contra a soberania brasileira na região).
Contudo, o Brasil não é uma presa fácil na mão de poderosos alienígenas que cobiçam a área mais rica de nossa Pátria, alegando que sofremos de “delírios nacionalisteiros paranoicos”... Apesar de nossa ainda insuficiente capacidade de defesa, estudamos a chamada ‘estratégia da lassidão, do cansaço, da usura, do desgaste, da ‘resistência’ – enfim. Esta estratégia visa à dissuasão do inimigo e foi implantada no Comando Militar da Amazônia (CMA), em 1994, pelo general Germano Pedroso. Ela vem sendo constantemente aperfeiçoada, agora também pelo Comando Militar do Norte (CMN). Em 2004, v.g., uma equipe de oficiais estagiou no Vietnã e hauriu importantes conhecimentos para a ‘estratégia da resistência’, que se baseia em milenar ensinamento de Sun Tsu: “Se não podes vencer a guerra contra um inimigo bem mais forte, que, pelo menos, saibas não perdê-la” (ou seja: a guerra deve ser prolongada ao máximo por meios irregulares).
A Amazônia é NOSSA e nunca, jamais, deverá ser tutelada ou curatelada por outras nações!! (continua).
Coronel Manoel Soriano Neto – Historiador Militar e Advogado.
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