Os tiros certeiros de um sniper do BOPE da PM do Rio de Janeiro legitimaram a sua utilização em casos onde pessoas inocentes são reféns de bandidos anormais e perigosos. A operação da última terça-feira mostrou que bem conduzida por homens treinados para aquele tipo de missão o resultado não poderia ser diferente daquilo que se esperava – a neutralização letal de uma ameaça real contra seres humanos totalmente submissos a um psicopata. Como a mídia amiga da bandidagem não teve como não aplaudir o êxito do desfecho policial, houve quem se voltasse para os gestos de comemoração do governador Wilson Wiztel criticando seu comportamento como “eleitoral”.
De fato, Wilson Witzel desembarcou do helicóptero da PM festejando o final do dramático episódio com 40 pessoas dentro de um ônibus – 38 passageiros, o motorista e o sequestrador. O viés ideológico de alguns “analistas” se encarregou de pressupor que o governador estava eufórico pela morte do bandido e não pelas vidas que foram salvas pela ação do sniper, como se Witzel não tivesse o direito de ver a sua tese confirmada do uso de atiradores de elite contra um ato criminoso que poderia se transformar numa tragédia sem precedentes no Rio de Janeiro.
Pelo jeito, seus escassos críticos na mídia estavam exigindo uma “liturgia do cargo” que não poderia ser aquele gesto de euforia nos minutos seguintes da operação se encerrar.
Wilson Witzel talvez fosse a autoridade que mais corria o risco político de um desfecho trágico e, portanto, seus nervos também estavam fervendo como os de todos que presenciavam o sequestro, ali na ponte Rio-Niterói, e de outros milhões de telespectadores conectados pela televisão, rádio e redes sociais. A euforia do governador era do chefe de todos aqueles policiais envolvidos na ação.
A mesma euforia que tomou conta de quem presenciava o sequestro aplaudindo Witzel e de quem faz parte do lado decente do Brasil. Quando o sniper apertou o gatilho neutralizando o sequestrador, milhões de brasileiros fizeram o mesmo.
Afinal de contas, sniper é para isso mesmo.
Rogério Mendelski
Nenhum comentário:
Postar um comentário