Chamada de ‘bolsonarista’ nas redes sociais, a atriz participou de manifestação pela Amazônia ao lado de Caetano Veloso, Sônia Braga e outros artistas
Por Giovanna Romano
A atriz Maitê Proença (Reprodução/Instagram)
Na “comissão de frente” do protesto em defesa da Amazônia no domingo 25, na Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, artistas e políticos erguiam cartazes contra o governo de Jair Bolsonaro e sua política ambiental. Entre os participantes estava Maitê Proença, atriz apontada como “bolsominion” (pessoas alinhadas aos ideais do presidente) por ter supostamente apoiado Bolsonaro nas eleições.
O assunto foi um dos destaques nas redes sociais entre a noite de domingo e esta segunda-feira. Internautas começaram a criticar nas redes sociais o posicionamento da atriz, chamando-a de “bolsominion arrependido”. “Eu nunca votei no Bolsonaro”, disse a atriz a VEJA. Ela afirma ter votado na candidata Marina Silva (Rede) e que, no segundo turno, na disputa entre Bolsonaro e Haddad, não votou em ninguém.
Tuíte ironiza participação da atriz Maitê Proença em ato em defesa da Amazônia
Tuíte ironiza participação da atriz Maitê Proença em ato em defesa da Amazônia (Reprodução/Reprodução)
Tuíte ironiza a presença da atriz Maitê Proença em ato em defesa da Amazônia, no Rio de Janeiro
Tuíte ironiza a presença da atriz Maitê Proença em ato em defesa da Amazônia, no Rio de Janeiro (Reprodução/Reprodução)
Maitê critica as pessoas que a rotulam e considera que existe uma “burrice binária” no país — na qual as pessoas colocam a ideologia acima da causa. “Eu não sou de direita, nem de esquerda, nem católica, nem islâmica. Meu pensamento é independente”, afirmou.
A lembrança de seu apoio a Bolsonaro vem, acredita, do vídeo que publicou durante a campanha eleitoral defendendo a atriz Regina Duarte, então alvo de ataques por ter anunciado apoio ao candidato do PSL.
Além disso, logo após a vitória de Bolsonaro, Maitê foi cotada para ser ministra do Meio Ambiente, em parte pela militância que já possuía na área ambiental. Ela também tem uma filha com o empresário Paulo Marinho, um dos homens do círculo mais próximo a Bolsonaro durante a disputa eleitoral – o “quartel-general” da campanha bolsonarista ficava na casa do empresário, no Rio de Janeiro.
Veja também
BrasilProtesto pela Amazônia reúne Caetano, Sônia Braga e Maitê Proença
EntretenimentoFundação de Leonardo DiCaprio anuncia doação de US$ 5 mi à Amazônia
PolíticaCrise na Amazônia fica mais internacional e pode envolver pacto na ONU
A VEJA Maitê afirmou que, apesar de não ter votado em Bolsonaro, estava otimista antes de ele assumir o cargo porque acreditava na capacidade das instituições, como o Congresso, de limitar o poder presidencial. “Ele está conseguindo desmontar as estruturas”, analisa.
Questionada sobre o cunho político das manifestações em defesa da Amazônia – no Rio, a grande maioria dos políticos presentes era ligada a partidos de esquerda e centro-esquerda, como PT, Rede, PSB, PCdoB e PSOL – , Maitê afirma que estava lá por causa do posicionamento pessoal dela em relação ao tema. “Eu sou ativista, não como carne. Acho um absurdo o que estamos fazendo com os animais e o meio ambiente”. Para ela, os protestos e a pressão internacional podem fazer com que o governo Bolsonaro recue do “desmonte ambiental” que está acontecendo.
A atriz afirmou a VEJA que não está contente com o governo Bolsonaro porque o país não está crescendo no âmbito econômico e as políticas assistencialistas estão estagnadas. Maitê criticou a postura do presidente de fazer o que considera uma espécie de “revanchismo” em relação às gestões petistas e disse ter receio do que pode acontecer no futuro.
Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário