sábado, 3 de agosto de 2019

Desembargadores repudiam violações de sigilos e investigação de ministros do STF

Críticas a supostas ações de Dallagnol constam em documento assinado pelo Conselho dos Tribunais de Justiça, em Porto Alegre

Desembargadores se reuniram em Porto Alegre para debater magistratura

Desembargadores se reuniram em Porto Alegre para debater magistratura | Foto: Guilherme Testa

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A revelação de que o procurador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, teria incentivado colegas a investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) causou reação dos desembargadores estaduais. O repúdio a atitude é o primeiro item da Carta de Porto Alegre, documento elaborado durante o 117º Conselho dos Tribunais de Justiça, que reuniu presidentes dos TJs de todo país, entre quinta e sexta-feira.

No texto, os magistrados dizem “repudiar qualquer tentativa de violação do sigilo fiscal e bancário protegidos pela Constituição bem com a suposta investigação de Ministros do Supremo Tribunal Federal e de magistrados sem a observância da (...) Lei Orgânica da Magistratura.” A revelação de que Dallagnol teria incentivado apurações sobre o atual presidente do STF, Dias Toffoli, foi feita nesta semana pelo jornal Folha de S. Paulo em colaboração com o site The Intercept. Os veículos noticiaram supostas conversas do procurador no aplicativo Telegram.

O texto da Carta de Porto Alegre vai além, ao fazer apontamentos para outros poderes. No terceiro item, os desembargadores se mostram contrários à criação de uma lei que discipline o abuso de autoridade. No entendimento dos presidentes dos TJs do país, uma ação neste sentido poderia fragilizar o trabalho do Poder Judiciário. No texto também é defendida a manutenção de um regime próprio de previdência para a Magistratura, pois na opinião dos desembargadores a carreira tem “peculiaridades” que justificam um sistema separado.

Em seu último item, encerram dizendo terem “profunda preocupação com eventuais condutas abusivas que afrontam a independência do Poder Judiciário”, sem especificar quais e de onde partiriam essas condutas.


Correio do Povo

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