quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Argentina anuncia renegociação de dívida com FMI e credor privado

Medidas são adotadas depois de o dólar alcançar 60 pesos e de a taxa de risco país superar 2.100 pontos básicos

Por Denise Chrispim Marin

O presidente argentino, Mauricio Macri: medidas drásticas a dois meses da eleição - 15/08/2019 (Agustin Marcarian/Reuters)

A dois meses das eleições presidenciais, o governo da Argentina anunciou que vai começar um processo de extensão dos prazos de vencimento de sua dívida com credores estrangeiros e renegociar os prazos de pagamento da ajuda recebida do Fundo Monetário Internacional (FMI). As medidas foram detalhadas nesta quarta-feira, 28, pelo ministro da Fazenda, Hernan Lacunza, logo depois de a cotação do dólar ter chegado a 60 pesos e de a taxa de risco-país ter superado 2.100 pontos básicos.

“Propusemos ao FMI iniciar o diálogo sobre o reescalonamento dos vencimentos da dívida”, afirmou Lacunza, referindo-se à ajuda financeira recebida pelo país do Fundo em 2018.

Lancuza expôs quatro medidas: 1) prorrogação em três a seis meses dos prazos da dívida de curto prazo nas mãos de investidores institucionais; 2) a extensão voluntária dos prazos de  bônus emitidos, sem reduzir seus capitais nem remunerações, que terá de ser submetida ao Congresso; 3) negociar com os bancos da extensão dos prazos dos bônus com jurisdição estrangeira, nas mesmas condições; 4) iniciar uma conversa com o FMI sobre o reescalonamento da dívida, como sugeriu a oposição argentina.

Os objetivos dessas iniciativas, segundo o ministro, serão “impedir que o dólar e a inflação subam ainda mais” e  “aliviar a carga financeira” do país em curto e médio prazos. A taxa de inflação nos últimos 12 meses encerrados em julho alcançou 54,4%. As medidas refletiram a instabilidade vivida no país nos últimos dois dias, com acentuada desvalorização do peso.

O presidente Mauricio Macri, que concorre à reeleição em 27 de outubro, manteve várias reuniões com sua equipe econômica até concordar com as quatro medidas anunciadas. A ordem de Macria Lancuza foi clara, segundo o jornal Clarín: “Que nem o dólar nem a inflação subam mais, porque já estão muito elevados em relação aos salários dos argentinos”.

“Há uma incerteza que o governo tem de abordar, e o fazemos com as ferramentas que acabam de ser anunciadas”, afirmou Lacunza, que acrescentou ter antecipado as medidas ao FMI. “Estas medidas relaxam a disponibilidade de reservas para atender eventuais demandas cambiais. O efeito esperado deveria ser uma pressão menor sobre o mercado cambial.”

Os jornais argentinos evitaram qualificar as medidas como uma moratória – a suspensão de pagamentos da divida por um país. Trata-se de um artifício que Buenos Aires adotou em 2001 e em 2014 e que, em ambas as ocasiões, causou danos severos à economia e à imagem do país. Até o momento, o governo argentino se propõe a renegociar prazos, sem insinuar um cenário de interrupção de pagamentos.

Eleições

Hernan Lancuza tentou trazer a oposição para a responsabilidade pelas medidas anunciadas. Em especial, porque a renegociação da dívida do país com o FMI já estava no programa econômico do líder nas pesquisas eleitorais, o peronista Alberto Fernández, que tem como companheira de chapa a ex-presidente Cristina Kirchner. “No processo eleitoral, as equipes dos candidatos em campanha também passam a tomar parte do sistema”, argumentou.

“Nenhum governo pode seguir sozinho. Sem vocações totalitárias, nem sequer deveria tentar. menos ainda em um processo eleitoral. Precisamos do apoio de todas as forças políticas para garantir a estabilidade. Se a oposição não quiser, o governo não vai poder”, completou o ministro.

Segundo o portal Infobae, o presidente do Banco Central da República Argentina (BCRA), Guido Sandleris, destacou ser prioridade da instituição preservar a estabilidade monetária e financeira do país, mesmo que isso signifique a postergação dos pagamentos da dívida. Sandleris acrescentou que o BCRA continuará a manter uma política monetária restritiva – a taxa de juros é de 74% – e a atuar no mercado cambial para conter a volatilidade do peso e manter o sistema financeiro sustentável.


Veja


O BRASIL TEM MUITOS INIMIGOS
XVIII- 219/18 - 26.08.2019

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SONHO ANTIGO

Se o sonho da maioria dos brasileiros é, de fato, fazer do nosso empobrecido Brasil um país onde impere  JUSTIÇA, LIBERDADE E DESENVOLVIMENTO, antes de tudo precisa cair na real e entender que esta vontade só será alcançada se conseguir vencer seus ferozes INIMIGOS, que têm sonhos bem diferentes.

AVANÇOS IMPORTANTES

Muitos destes INIMIGOS da JUSTIÇA, da LIBERDADE e do DESENVOLVIMENTO (capitalismo) são muitos antigos e bastante conhecidos. Entretanto, nos últimos 15 anos é que se mostraram bem mais efetivos. De forma bem organizada e muito focados nas FORÇAS DO MAL obtiveram avanços importantes.

DEMOCRACIA

Não é por acaso que tais INIMIGOS -FEROZES- estão identificados, ideologicamente, com o SOCIAL-COMUNISMO, pensamento este que simplesmente detesta a DEMOCRACIA e, por consequência, vê na JUSTIÇA, na LIBERDADE e no DESENVOLVIMENTO tudo aquilo que não pode vingar no Brasil.


RECUSA DO LEGISLATIVO

Em termos práticos, é pra lá de lamentável que tudo aquilo que o excelente ministro Sérgio Moro defende e propõe em termos de JUSTIÇA, com  o apoio direto e explícito do povo, a maioria dos deputados e senadores, com a anuência do Judiciário, simplesmente recusa. Mais: recusa de forma gritante e desafiadora. Pode?

ABUSO DA IMPUNIDADE

Ontem, mais uma vez, o povo foi às ruas. Desta vez, no entanto, para dizer, de forma muito transparente e objetiva, que apoia Sérgio Moro e suas propostas, notadamente a LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE, que a maioria dos deputados e senadores transformaram, por interesse próprio, em LEI DE ABUSO DA IMPUNIDADE.

CORRIGIR OS EXCESSOS

Se o projeto de lei apresenta falhas de definição daquilo que possa ser considerado ABUSO DE AUTORIDADE, caberia aos deputados e senadores corrigir o texto, retirando eventuais excessos. Entretanto, no caso da Lava-Jato, por exemplo, a maioria dos congressistas, notadamente os diretamente envolvidos em casos de corrupção, resolveu aprovar uma LEI QUE OS TORNA IMPUNES dos crimes cometidos. Aí NÃO! O RECADO FOI DADO!

MARKET PLACE

CONFIANÇA DA INDÚSTRIA - O Índice de Confiança da Indústria (ICI) interrompeu três meses seguidos de queda e subiu 0,8 ponto em agosto, a 95,6 pontos, informou, hoje, a Fundação Getúlio Vargas. A melhora do indicador reflete um aumento da avaliação tanto em relação ao presente quanto sobre o futuro.

ESPAÇO PENSAR+

Eis o texto do pensador Paulo Rabello de Castro - CRISE RUINOSA OU REDENTORA?- :
Pessoas, empresas e nações enfrentam dois tipos de crises: a ruinosa, que leva à desarrumação definitiva de uma história de vida, ou a modalidade redentora, que nos empurra a enxergar caminhos e evitar o afundamento. O Brasil vive e continua na crise porque o governo, apesar de novo, enfrenta monumental desgaste. Para o governo e o País se realinharem, já não basta votar o texto de uma ou duas reformas no Congresso. Isso é básico, mas não basta. O novo rumo, da conciliação nacional e da recuperação da autoestima do povo brasileiro, depende de o governo demonstrar domínio e conhecimento dos problemas nacionais, dar bom exemplo e liderar de modo a inspirar confiança no futuro.
Um líder sonha com metas e as define para a Nação. Como fez o grande mineiro JK. A orquestra, quando toca, está atenta à partitura e ao maestro. Falta-nos ambos. O País é tocado sem partitura. Ter consciência do nosso déficit de liderança é mais crucial do que reconhecer, por exemplo, que o déficit fiscal, como está, alargará o tamanho da crise. O caminho perdido do equilíbrio e da satisfação coletiva só será retraçado por cabeças livres de ideologismos e por corações sintonizados com a grandeza nacional. Exemplos? JK foi assim, um maestro do imaginário nacional. Comparemos. Ou, melhor, nem comparemos. Vamos ajustar nossa expectativa a uma época de precarização geral.
O perigo que ronda a crise é o governante da hora romper com o futuro e acelerar em direção ao passado. Seria o governo em marcha-ré, em vez do av
anço corajoso e consciente. A situação no campo ambiental fala disso. Brigamos com noruegueses e alemães e os mandamos às favas, crentes que abafamos. Esnobamos a cooperação deles, que vem de anos na conservação ambiental do bioma amazônico. Num único gesto, jogamos fora uma relação paritária e correta. A celeuma é sobre o uso dos recursos do Fundo Amazônia que tive ocasião de supervisionar à frente do BNDES. O banco é gestor do Fundo. Os auditores externos europeus consideram a política de aplicação do Fundo como padrão de referência mundial pela alta qualidade e transparência dos resultados. A gestão é feita por quem entende do riscado. Quem tem interesse, poderá constatar isso no Livro Verde que lá deixei publicado. (https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/fundo-amazonia)

A desconstrução da boa relação com os europeus pode levar a coisa muito pior do que a exposição negativa sofrida pelo presidente na mídia internacional. Pode pipocar, a qualquer momento, uma reação viral contra produtos brasileiros do nosso agronegócio. Consumidores de fora podem passar a rejeitar produtos de origem brasileira. Um embargo de compras pode viram parado no discurso de que o Brasil está pondo fogo na floresta amazônica. Décadas de trabalho diplomático e de campo no controle ambiental vão por água abaixo. Se houver punição ao Brasil pelos consumidores e governos - nossos clientes comerciais -, produtos como soja, milho e carnes, e até o café brasileiro, sofrerão perdas de vendas e de rentabilidade, atingindo o agronegócio de norte a sul do País.
Com as queimadas, nossos concorrentes agirão para nos bater onde somos mais vulneráveis: no bolso do produtor brasileiro. Fazendo uma rápida estimativa do prejuízo potencial, em rendas perdidas, face a um embargo ao Brasil, e tomando como base os prejuízos decorrentes da Operação Carne Fraca, chegamos facilmente a números de prejuízo potencial superiores a 50 bilhões de reais. Ou seja, um múltiplo de tudo o que precisaríamos gastar na Amazônia para fazer um ótimo controle ambiental.
O competente governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, conversando comigo esta semana, manifestou-me séria preocupação com o tema, até pela repercussão que teria sobre o grande esforço de reequilíbrio das finanças estaduais. A receitado ICMS poderá desabar, colocando muitos Estados em grande estresse fiscal num ano eleitoral.
A falta de consciência do líder produz a desgraça dos liderados. A crise se agrava e se aprofunda. Mas ainda dá tempo de mudar. A crise ruinosa ainda poderá inspirar uma reviravolta na atitude das nossas lideranças. De ruinosa, hoje, a crise pode vir a se tornar redentora.

FRASE DO DIA

Participação é a palavra de ordem para as mudanças sociais.
R. Cutait

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