Publicado em 26 de jul de 2019
O barco do projeto Doutores da Água passa 20 dias percorrendo rios e igarapés da Amazônia, para levar a assistência a brasileiros esquecidos pelo poder público.
É à base da pesca, caça, cultivo de mandioca e madeira extraída ilegalmente que vive a população ribeirinha da Amazônia. Em média, uma família ganha 300 reais por mês. A eletricidade é um luxo, e o saneamento básico quase inexistente: no Norte do Brasil apenas 10,2% da população conta com rede de esgoto.
A carência da população, que vive nas margens dos afluentes do rio Amazonas em casas de madeiras suspensas do chão, foi atendida com o projeto Doutores das Águas: um barco que fornece atendimento médico e odontológico aos ribeirinhos. Durante vinte dias de viagem, a embarcação percorre 1 000 quilômetros pelos rios Amazonas, Negro, Madeira e afluentes, atendendo cerca de 2 000 pessoas por ano.
Para grande parte dos ribeirinhos, a visita do barco Doutores das Águas é o único momento em que eles encontram um médico ou dentista. A assistência à saúde na região é centralizada na zona urbana dos municípios. Em casos de necessidade, a viagem ao posto médico pode levar até três dias — e nem sempre o doente consegue atendimento.
A expedição dos Doutores das Águas é totalmente voluntária. Todos os profissionais, de instituições renomadas, pagam a própria passagem para Manaus. “Percebemos que podemos mudar a vida das pessoas com ações muito simples. Não podemos parar”, diz Rubens Almeida Prado, consultor de pescaria esportiva e coordenador-geral do projeto.
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