sexta-feira, 26 de julho de 2019

PF afirma que caberá à justiça decidir destino de mensagens de celulares invadidos

Ministro do STF Marco Aurélio Mello defende que eventual destruição deve passar pelo Judiciário

Moro defendeu destruição das mensagens, nos bastidores

Moro defendeu destruição das mensagens, nos bastidores | Foto: Nelson Almeida / AFP / CP Memória


A Polícia Federal afirmou, nesta quinta-feira, que "as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos". "O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal", diz. "Caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções", acrescentou.

A interlocutores, o ministro da Justiça tem defendido que o material não seja submetido à análise dos investigadores para que não haja nova violação de intimidade dos alvos dos hackers. Sergio Moro também tem ponderado a pessoas próximas que o destino do conteúdo depende da análise de um juiz responsável pela investigação - no caso, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal, que decretou a prisão de quatro suspeitos de envolvimento com os ataques.

Reação no Supremo

Após Moro informar a pelo menos um dos alvos do suposto grupo hacker que o material particular obtido seria descartado, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que uma eventual destruição deve ser analisada pelo poder Judiciário, e não por um órgão administrativo. "Isso aí é prova de qualquer forma. Tem que marchar com muita cautela. O ideal seria ter o crivo realmente de um órgão do Judiciário. E não simplesmente decidir no campo administrativo que poderá haver destruição de provas", disse o ministro.

Mais cedo, nesta quinta, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, afirmou que "o ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém". "As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso", diz.
O ministro ainda disse. "O ministro do STJ disse que está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram."


Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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